Às vésperas da reunião do PT com o ministro Tarso Genro, no Planalto, o Campo Majoritário, corrente que dirige o partido e é comandada pelo ex-ministro José Dirceu, declarou guerra ao ministro das Relações Institucionais, que prepara um documento no qual cobrará a "refundação do partido " para superar a crise política interna deflagrada desde o escândalo do mensalão. O manifesto de Tarso, que deve ser divulgado no encontro do Diretório Nacional do PT, no próximo fim de semana, em Salvador, rachou ainda mais o partido. E abriu espaço para que o Campo Majoritário transformasse a reunião fechada convocada para este fim de semana, nos arredores de São Paulo, num ato de repúdio às proposições do documento.
É uma tese boba, besta, sem cabimento e prejudicial ao PT reagiu o secretário-geral do partido em São Paulo, João Antonio, ontem, depois do segundo dia do seminário promovido pelo Campo para discutir o papel do PT no segundo mandato do governo Lula.
Diante do vazamento de informações de que Tarso defenderia em manifesto o afastamento de dirigentes de um "grupo alheio às instâncias do partido e que continua ditando as regras", petistas ligados a Dirceu partiram para o contra-ataque.
Essas palavras do Tarso trazem de volta o discurso defensivo e derrotista do PT, além de provocar críticas que vários setores têm em relação ao partido disse o vereador José Américo Dias, um dos líderes do Campo Majoritário em São Paulo.
O ex-coordenador da campanha presidencial de Lula, Marco Aurélio Garcia, prepararia ainda um documento oficial do Campo Majoritário para rebater as críticas de Tarso. O confronto entre os dois grupos deve dominar a pauta do encontro do Diretório Nacional do PT.
O encontro de São Roque serviu também para que correligionários próximos a Dirceu declarassem apoio ao projeto que deve ser encaminhado ao Congresso defendendo a sua anistia. Dirceu foi cassado no ano passado pela Câmara do Deputados, acusado de chefiar o grupo que controlava o esquema de corrupção no governo.
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