O governador de Pernambuco e presidente do PSB, Eduardo Campos, deflagrou um movimento para emparedar alas do partido que ainda resistem a seu projeto de concorrer ao Planalto em 2014. Motivado pela queda brusca de popularidade da presidente Dilma Rousseff e por seu crescimento nas últimas pesquisas de intenção de votos, ele ampliou o diálogo com diretórios defensores da reeleição de Dilma e com movimentos sociais que orbitam na área de influência do partido. No último sábado, 20, discretamente, 200 dirigentes de movimentos sociais do PSB reuniram-se em Brasília e divulgaram nota de apoio à candidatura de Campos. O aumento da adesão a Campos poderia antecipar o lançamento de uma pré-candidatura em setembro.

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"Temos uma alternativa a oferecer ao Brasil que é a candidatura a presidente da República do nosso líder, o presidente nacional do Partido Socialista brasileiro, Eduardo Campos", diz a nota. "A construção da candidatura precisa ser tocada por todos os segmentos do partido. O PSB está unido na decisão de ter candidatura própria. Acreditamos no final de um ciclo que foi liderado pelo PT", disse Joílson Cardoso, coordenador do braço sindical do PSB.

Aliados do governador garantem que as mudanças no cenário político após as manifestações de junho contribuíram para minar resistências de setores da sigla em relação à candidatura própria. Hoje, o entorno do governador acredita que só o PSB do Ceará estaria com Dilma. Antes das manifestações, os cinco governadores da sigla além de Campos - Camilo Capiberibe (AP), Renato Casagrande (ES), Ricardo Coutinho (PB), e Cid Gomes (CE) e Wilson Martins (PI) tinham reservas ao voo próprio.

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"A candidatura é uma realidade. Temos maioria amplíssima", disse Carlos Siqueira, primeiro-secretário nacional do PSB, que coordenou o processo de mudança na direção do partido em Minas. O governador também intensificou sua articulação no Rio de Janeiro e se reaproximou do deputado federal e ex-jogador Romário. A relação entre os dois estava estremecida desde a campanha de 2012. Campos trabalha para atrair o prefeito de Duque de Caxias, Alexandre Cardoso, presidente estadual do PSB no Estado. Como ainda não teve êxito, poderá tomar medidas para deixá-lo isolado dentro do partido.

No Rio, o partido está rachado, mas Campos amplia cada vez mais sua influência no diretório estadual. "Sinto hoje o partido unido em torno da posição que o Eduardo tomará em 2014", resume o deputado Glauber Braga (PSB-RJ). "Como posso ter candidato contra um governo se faço parte dele?", rebate Cardoso. Para ele boa parte do PSB fluminense apoiará a presidente Dilma.

O caso do Espírito Santo é emblemático. Os aliados de Campos davam como certo que o governador Casagrande tinha fechado posição com a candidatura própria em 2014. Mas ontem foram pegos de surpresa com uma declaração de Rui Falcão, presidente do PT, ao jornal Valor. O petista afirmou ter ouvido de Casagrande que haverá um palanque para Dilma no Estado. Um dirigente do PSB ligou para o governador capixaba reclamando duramente da declaração e perguntou se ele se tornou "porta-voz" do PT. Ouviu como resposta um desmentido e o apoio a Campos.

Vice-presidente nacional do PSB, Roberto Amaral é considerado o maior aliado de Dilma no partido. Ele se recusa a debater a candidatura própria. "Não é o momento. Vamos viver 2013 em 2013, e 2014 em 2014." Para Amaral, a antecipação da candidatura de Campos teria impacto na reeleição de alguns governadores do PSB. "Nós temos uma meta muito importante e muito difícil que é renovar os nossos governos. É fundamental criar um clima de tranquilidade para as sucessões. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

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