No último fim de semana antes de deixar o cargo para disputar a Presidência, o governador de Pernambuco, Eduardo Campos (PSB), saiu em uma maratona na qual visitou nove cidades do interior do Estado, ao lado de seu indicado para disputar o governo pernambucano, o secretário estadual da Fazenda, Paulo Câmara (PSB).
Em clima de campanha eleitoral, o governador exaltou políticas de sua gestão e chegou a sugerir votos no candidato do PSB ao governo.
"Se alguém achar que deve interromper o que está sendo feito, vai lá e vota na oposição. Se alguém acha que tem que ser feito daqui para melhor, aí vota em Paulo Câmara que eu garanto que ele vai ser um grande governador", disse Campos em entrevista, ontem, na cidade de Afogados da Ingazeira (a 377 km do Recife).
O governador não poupou elogios ao secretário. "Eu sei que ele vai fazer mais do que eu fiz, porque Pernambuco está melhor do que estava em 2006. [....] Vocês vão ver, com um ano de governo, Paulo Câmara ser o melhor governador do Brasil da nova safra", afirmou.
Campos e Câmara deixarão seus cargos na próxima sexta-feira, para se desincompatibilizarem e poderem disputar as eleições de outubro.
Ainda na cidade do sertão pernambucano, o governador e presidente nacional do PSB voltou a fazer críticas ao governo da presidente Dilma Rousseff (PT), com quem deverá disputar a eleição presidencial.
Um dos setores escolhidos pelo pernambucano foi a segurança pública. "O governo brasileiro insiste em fazer de conta que é parte do esforço dos Estados e municípios para melhorar a segurança pública. Hoje libera dinheiro, amanhã passa dois anos sem liberar", criticou.
O pré-candidato do PSB à Presidência intensificou neste mês as críticas que vinha fazendo à gestão petista, inclusive citando Dilma nominalmente.
"Eu me lembro que, na campanha de 2010, a presidenta Dilma disse que ia contratar um avião dirigível para tomar conta da nossa fronteira na questão do crack. Veja os números de apreensão de crack que o nosso governo tem de lá para cá. Só fez aumentar a chegada do crack aqui", afirmou.
Apesar das críticas à petista, Campos manteve a estratégia de poupar a gestão do ex-presidente Lula, de quem foi ministro da Ciência e Tecnologia (2004-2005).
"O Brasil vinha melhorando. [....] Não podemos deixar de reconhecer que o ex-presidente Lula fez muita coisa pelo Brasil. Agora a presidenta Dilma foi eleita com a tarefa de melhorar o Brasil. E o que aconteceu? A gente viu a economia desacelerar, a inflação de alimentos aumentar, os brasileiros se endividaram demais da conta", disse o governador.
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