Em menos de uma semana, dois casos de ação violenta contra candidatos a prefeito foram registrados na região metropolitana de Curitiba. O último caso ocorreu no domingo e envolveu a candidata à prefeitura de Fazenda Rio Grande, Tuca Cartário (PDT). A candidata foi baleada após sair de uma reunião do partido em um bairro da periferia da cidade, o Jardim Colonial. Ocupantes de uma caminhonete preta fecharam o carro da candidata na estrada e efetuaram os disparos, de acordo com o delegado Rogério Antônio Haisi.
A candidata não corre riscos graves, segundo a assessoria de imprensa do hospital Santa Cruz. Tuca teve uma perfuração no músculo do ombro e está em observação. A previsão de alta é para quarta ou quinta-feira.
Tuca é filha do deputado estadual Geraldo Cartário (PDT), que afirma que se o crime envolver interesses políticos, ele deixa a carreira. A família está aguardando o desenrolar das investigações para decidir se irá continuar com a campanha de Tuca.
O delegado Haisi sustenta que ainda não há pistas dos responsáveis pelos disparos nem se o crime teve motivação política. A polícia também não tem informações de Tuca estar sofrendo ameaças.
A perícia constatou a marca de dois tiros no veículo da vítima, um Uno Mille o que atingiu Tuca e o que ficou alojado na porta traseira, onde ela estava. "Aparenta que (o tiro) era para atingir Tuca", afirma o amigo da candidata, Helder de Jesus Ferraz, que dirigia o Uno. Ferraz é policial militar e atirou contra a caminhonete para tentar fugir. "Se eu não tivesse conseguido revidar, teria sido pior." Uma assessora do partido também estava no veículo.
"Coincidências"
O deputado Cartário não confirma se acha que o crime contra sua filha teve ou não motivação política, mas aponta o que ele chama de "coincidências". Ele cita que o vereador de Mandirituba Adão Valdir Carvalho, encontrado em 2007 baleado e carbonizado, era seu braço direito; que há cerca de um mês seu assessor Willian Ribas foi baleado; e que um homem que colou a propaganda de Tuca no veículo teve o pára-brisa quebrado. O delegado Haisi, no entanto, trabalha com a hipótese de o crime contra o assessor Ribas ter sido provocado por desavenças pessoais, e não políticas. Dos outros casos, ele diz não ter conhecimento ou não acompanhar as investigações.
Violência
Outro caso de violência na Grande Curitiba contra candidato aconteceu em Campina Grande do Sul, no dia 25, quando dois homens invadiram uma reunião eleitoral do PSB e dispararam vários tiros. O candidato a prefeito Luiz Carlos Assunção pulou de uma janela e sofreu um deslocamento da bacia. Dois suspeitos foram presos. Segundo o secretário estadual da segurança pública, Luiz Fernando Delazari, havia a suspeita de que o crime fosse político, mas que se revelou uma tentativa de assalto.
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