Um dia depois de os partidos registrarem suas chapas no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), a empresária Ana Maria Rangel protocolou sua candidatura à Presidência pelo Partido Republicano Progressista (PRP). O prazo para que os partidos solicitassem o registro à Justiça Eleitoral terminou nesta quarta-feira, mas os nomes aprovados em convenções têm até o dia 7 de julho para registrar a própria candidatura.
Segundo o site do TSE, a estimativa de gasto da campanha de Ana Maria Rangel é de R$ 150 milhões, a maior até o momento. Entre seus bens, a empresária registrou apenas um automóvel Polo e declarou patrimônio de R$ 40 mil. Até agora, oito candidaturas foram registradas no Tribunal. A entrada de Ana Maria na corrida pela Presidência deverá afetar pouco o tempo de propaganda eleitoral gratuita a que os outros candidatos terão direito. É mais um nome para dividir um terço dos minutos, que é distribuído igualmente por todos.
A candidata, escolhida em convenção na última quinta-feira, é protagonista de um escândalo dentro do próprio partido. Ela acusa o presidente do PRP, Ovasco Resende, de cobrar R$ 14 milhões para garantir a oficialização de sua candidatura. Ana Maria gravou conversas telefônicas em que Ovasco pede adiantamento de R$ 3 milhões para cobrir gastos de campanha. Nas fitas, divulgadas pelo Jornal Nacional, da TV Globo, ele diz que apenas R$ 2.200 iriam para a conta do partido e o restante teria que ser pago em dinheiro. Dias depois da gravação ela teria recebido um e-mail cobrando novos valores: R$ 500 mil para Ovasco e mais R$ 500 mil para Osvaldo, presidente do PRP no Rio. Ovasco Resende negou que tenha pedido dinheiro à empresária.
Na sexta-feira a candidata entregou as gravações ao Ministério Público, onde já havia formalizado a denúncia no início das negociações. No mesmo dia, o procurador da República em São Paulo, Mario Luiz Gonzalia disse à TV Globo afirmou que já havia notificado o procurador-geral da República em Brasília. O caso deve seguir para o TSE, que decidirá o que vai acontecer com o PRP e com a candidatura de Ana Maria Rangel. O partido pode expulsá-la e escolher outro candidato, já que foi ela própria que fez o registro no Tribunal. Mas para expulsá-la, o PRP será obrigado a permitir a ampla defesa de Ana Maria.
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