Ninguém arrisca o resultado da eleição para escolha do líder da bancada do PMDB na Câmara dos Deputados, marcada para a quarta-feira (17). A maior bancada da Casa, com 67 parlamentares, está dividida entre o atual líder, Leonardo Picciani (RJ), que tem o apoio do Planalto, e o candidato de Eduardo Cunha (RJ), Hugo Motta (PB). Os dois candidatos devem disputar cada voto até a véspera da eleição.
Na bancada do Paraná, onde há quatro parlamentares do PMDB, Hugo Motta já conta com o apoio de dois políticos: Osmar Serraglio e João Arruda. O deputado federal Sergio Souza diz que pessoalmente prefere Picciani, mas alega que sua decisão final será tomada em conjunto.
“Eu faço parte de um grupo de cinco a oito parlamentares do PMDB que têm votado em conjunto e a gente vai se reunir para tratar disso”, explica ele. Nesta segunda-feira (15), a reportagem não conseguiu contato com o paranaense Hermes Parcianello.
Eduardo Cunha é notificado pela Justiça sobre pedido de afastamento
Leia a matéria completaA favor do impeachment da presidente da República Dilma Rousseff (PT), Osmar Serraglio já havia se manifestado contra a recondução de Picciani. “Eu faço parte deste grupo do PMDB que defende o impeachment, que tem esta visão”, repete ele. Já o paranaense João Arruda chegou a ser indicado por Picciani para integrar a comissão especial do impeachment, em dezembro do ano passado. Naquele mês, João Arruda também ficou ao lado de Picciani quando o grupo de Cunha conseguiu destituí-lo da cadeira de líder, dias depois recuperada.
“A bancada do PMDB precisa hoje de um líder que consiga unir o partido na Casa. Eu entendo que a candidatura do Picciani se tornou uma coisa imposta pelo Planalto, foi “de cima para baixo”. Ele já está comprometido com o governo federal. Já o Hugo Motta propõe uma bancada mais independente, que vai discutir pontualmente os temas. Ele não está com posições radicais e tem bom trânsito nos diferentes grupos”, justifica Arruda, endossando a tese de peemedebistas que reclamam da interferência do Planalto na disputa.
Na avaliação de membros da bancada, o grupo de Cunha acertou ao recuar em relação ao nome de Leonardo Quintão (MG), cuja missão era consolidar o movimento anti-Dilma dentro do PMDB. Com a entrada de Hugo Motta, e seu perfil menos radical, o grupo de Cunha tenta conquistar votos de peemedebistas com posições “moderadas” sobre a guerra do impeachment. “Alguns parlamentares mudaram o voto com a entrada do Hugo Motta”, reconhece Sergio Souza.
Antes da confirmação do nome de Hugo Motta, o próprio paranaense confirma que foi sondado pelo presidente da Câmara dos Deputados para se lançar candidato. “Eu recebi o convite do Cunha sim, e o respeito bastante, acho que ele é um parlamentar de grande articulação, mas não creio que seja o momento para eu entrar nesta confusão”, justifica Sergio Souza, que está em seu primeiro mandato como deputado federal. Outros parlamentares também foram chamados por Cunha.
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento
Síria: o que esperar depois da queda da ditadura de Assad
Deixe sua opinião