"No começo dos anos 80, o três-em-um (aparelho de som) era moderno. Naquela época, Roberto Requião, Alvaro Dias, Osmar Dias e Rubens Bueno que surgiam no cenário político paranaense sob a liderança de José Richa. De lá para cá, surgiu o computador, a internet, o telefone celular..." A comparação é feita pelo pré-candidato do PL ao governo do estado, Vitor Hugo Burko, na propaganda do partido na tevê.
O texto publicitário, segundo o pré-candidato, tenta passar para o público a visão de seu partido sobre o atual cenário político do estado. "Todos esses, que se apresentam como candidatos ao governo, são frutos da mesma matriz política: o ex-governador José Richa", afirma.
Para Vitor Hugo, o regime autoritário criou a expectativa na população de lideranças com discursos "messiânicos", que representassem a solução para todos os seus problemas. "Experimentamos esse modelo durante todos esses anos, mas o modelo já está saturado. Nenhum deles fala em propostas. Os discursos são apenas bravatas", acusa.
Para concorrer ao governo do estado, Vitor Hugo pretende recolher sugestões e propostas de toda a sociedade. "Tivemos o exemplo do Fórum Futuro 10 Paraná, promovido pela RPC, que apresentou soluções para vários problemas do estado. O político vê apenas uma face da questão, é preciso ouvir a sociedade para que sejam analisados outros aspectos."
Na avaliação do pré-candidato, a crise política que atingiu o governo federal, com a série de denúncias de irregularidades no Congresso e na própria administração, deve provocar uma "ruptura" nas eleições de 2006. "Esse processo todo ajudou a sociedade a amadurecer. Na próxima eleição teremos novidades. O eleitor vai procurar novas alternativas", diz.
E apostando nessa hipótese, o pré-candidato do PL sonha em chegar a um segundo turno contra o governador Requião. Para ele, a falta de tempo de televisão e o pouco dinheiro para a campanha não serão problemas, principalmente se o Congresso aprovar as regras que limitam a propaganda eleitoral. "Não vamos precisar de muito dinheiro para a campanha. Vamos conseguir expor nossas propostas e com isso vamos convencer que somos a alternativa realmente nova."
O PL tem aproximadamente dois minutos de tempo de televisão no horário gratuito. "Mas estou me preparando para ser governador, não candidato. Se não ganhar é outro problema." A comparação, segundo Vitor Hugo, é pelo fato de que os políticos tradicionais estão mais preocupados com a campanha em si do que com o governo.
Experiências
Ex-prefeito de Guarapuava por duas gestões, Vitor Hugo é advogado, tem 43 anos, e afirma que em suas duas administrações na cidade, conseguiu implantar programas que apresentaram bons resultados. Um deles, denominado "Bairros em Ação", foi adotado pelo governo federal e está sendo implantado em municípios do Nordeste. "Esses programas são frutos da discussão com a sociedade. Não existe isso do político eleito sentar em uma mesa e decidir sozinho o que tem que ser feito."
Em 2004, o ex-deputado Fernando Ribas Carli (PP) venceu a eleição para a prefeitura de Guarapuava, e embora tenha sido seu adversário nas duas oportunidades em que foi eleito, Vitor Hugo garante que não apoiou nenhum dos candidatos.
Desidratação do pacote fiscal escancara fraqueza de Lula e Haddad no Congresso
O que o PT dizia sobre a alta do dólar durante o governo Bolsonaro
Podcast repercute a loucura do dólar e as responsabilidades do governo Lula
Ex-ministro de Lula confessa mentira sobre agricultura familiar: “inventamos esses números”
Deixe sua opinião