Os candidatos à presidência nacional do PT estarão em Curitiba, neste domingo, apresentando aos filiados as propostas de campanha para dirigir o partido. O debate faz parte da preparação para o Processo de Eleição Direta (PED),que escolherá a nova Executiva Nacional do PT no próximo dia 18 de setembro. Estão sendo promovidas palestras em todos os estados com os sete candidatos que estão na disputa: Markus Sokol, Válter Pomar, Raul Pont, Maria do Rosário, Gegê, Plínio de Arruda Sampaio e Tarso Genro.

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O encontro começa às 14 horas no Hotel Afamia. A presença do atual presidente nacional, Tarso Genro, candidato do Campo Majoritário, não está confirmada. Quem deve substituí-lo é o ministro do Planejamento, deputado federal Paulo Bernardo. A candidatura de Genro ainda está sendo costurada com muita discussão dentro do governo. As principais lideranças do grupo estão tentando convencer o deputado José Dirceu (PT-SP) a abrir mão de integrar a mesma chapa.

Para o presidente do PT do Paraná, André Vargas, a esquerda está subdividida, mas Tarso Genro tem maiores chances de ganhar a eleição. "Será uma disputa equilibrada. Creio que a segunda maior força hoje seja a Maria do Rosário, mas nosso grupo está mais unido", disse.

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Apesar do desgaste provocado pelas denúncias de envolvimento de integrantes do governo e da direção do PT no mensalão, o Campo Majoritário confia na vitória Genro, que dispõe da estrutura partidária e do apoio do presidente Lula.

O debate em Curitiba, segundo Vargas, vai ajudar a melhorar o relacionamento interno e "diferenciar quem é quem". Muitos filiados ainda estão indecisos e a presença dos candidatos nacionais será decisiva para clarear dúvidas. "Vai ganhar quem tiver propostas para o partido e o campo majoritário tem. É hora de responder por equívocos de alguns integrantes do governo, mas também de achar saídas", disse o dirigente.

O resultado da eleição preocupa o deputado estadual Tadeu Veneri, que concorre à presidência estadual. Se o Campo Majoritário vencer, o deputado prevê uma cisão no partido porque todas as pessoas envolvidas em irregularidades no governo fazem parte do grupo. O candidato, que apóia Plínio de Arruda Sampaio, culpa a falta de critérios para filiações e a política de alianças adotada pela direção nacional como alguns dos fatores responsáveis pela crise. "Uma das coisas que temos criticado há dez anos são as filiações a cabresto. Não faz diferença quem vem, inclusive o Campo permitiu a entrada do governador de Roraima, mesmo envolvido em corrupção", disse Veneri.

O Campo Majoritário errou também, na avaliação do deputado, ao defender a teoria das alianças "irrestritas" e "blindar" a política econômica. Se a ala do governo vencer a disputa nacional e minimizar os estragos que os deputados federais provocaram na legenda, Tadeu Veneri teme que haja uma debandada do partido.

Para André Vargas, a postura de Tadeu Veneri e de outras correntes do partido é a da "velha visão dos partidos comunistas", de ser uma sigla pequena e formada apenas por quadros. Ele argumenta que a proposta do Campo Majoritário é outra. "Acreditamos na construção democrática a partir da formação política das pessoas. Para isso, todos podem participar do PT, desde que possam aderir aos princípios partidiários", disse.

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O consenso existe em apenas um ponto: é preciso buscar alternativas para sobreviver ao momento político. Segundo Vargas, o PT tem que deixar a divisão política interna de lado, aprender com a crise e crescer. Para Tadeu Veneri, se o PT sobreviver, vai sair melhor e "baixar a arrogância".

A eleição no dia 18 de setembro será realizada em 4.484 cidades. Estão aptos a votar, em âmbito municipal, estadual e nacional 821.017 filiados. Além dos sete candidatos a presidente, foram inscritas dez chapas nacionais que concorrerão a 81 vagas no Diretório Nacional.