R$ 10,4 milhões é a soma dos bens declarados pelos sete candidatos à prefeitura de Curitiba em 2012.
Eleitor terá 650 opções para 38 vagas na Câmara
Heliberto Cesca
O eleitor curitibano poderá escolher seu candidato a vereador entre 650 opções. O número total de candidatos foi divulgado ontem pela Justiça Eleitoral. Em Curitiba, os candidatos disputarão 38 vagas na Câmara Municipal.
As candidaturas registradas pelos partidos serão agora analisadas pela Justiça Eleitoral. Os candidatos precisam cumprir alguns requisitos mínimos, como ser maiores de 18 anos, saber ler e escrever e ter ficha limpa. Não podem ser candidatos os cidadãos que tenham condenação judicial em segundo grau.
No total, 27 partidos lançaram candidatos. A maior coligação é formada por legendas que apoiam a candidatura à reeleição do atual prefeito de Curitiba, Luciano Ducci (PSB), e conta com sete agremiações: PRB, DEM, PHS, PMN, PSB, PSDB e PSD. A coligação registrou 75 candidatos.
O segundo maior número de candidatos está na chapa de apoio a Gustavo Fruet (PDT). Juntos, o PDT, o PV e o PT terão 73 concorrentes. Outras duas coligações têm grande número de candidatos. A chapa formada por PSC e PTdoB tem 68 nomes. Já a soma de PTN e PTC lança 61 candidatos. A coligação com menor número de candidatos é a de PR e PCdoB, com 27 nomes na disputa.
Entre os partidos que concorrem isoladamente, sem coligação, a maior chapa registrada foi a do PRP, com 57 candidatos. A seguir, aparecem PSDC (56), PSL (55), PPS (53), PTB (45), PP (41), PMDB (23), PSol (12), PPL (2), PSTU (1), PRTB (1).
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Os sete candidatos à prefeitura de Curitiba pretendem gastar R$ 68,3 milhões durante a campanha eleitoral deste ano. A estimativa de gastos com a campanha aumentou 16% em comparação ao pleito de 2008 já descontada a inflação do período. Os quatro principais candidatos são responsáveis por 98,7% do orçamento apresentado para a eleição majoritária. Os dados foram divulgados ontem no site do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), junto com os dados dos registros de candidaturas.
Atual prefeito da cidade e candidato à reeleição, Luciano Ducci (PSB) apresenta a expectativa mais elevada de gastos, R$ 23,5 milhões. Ratinho Júnior (PSC) fica em segundo lugar entre os que mais pretendem gastar nesta eleição, a previsão é fazer R$ 18 milhões em despesas. Ele é seguido pelo pedetista Gustavo Fruet, que espera gastar até R$ 16 milhões com a campanha.
Candidato do PMDB, Rafael Greca é o último dos concorrentes à prefeitura de Curitiba que prevê gastar acima da casa dos milhões na campanha. O valor estimado é de R$ 10 milhões. Já as campanhas dos outros três candidatos Alzimara Bacellar (PPL), Avanilson Araújo (PSTU) e Bruno Meirinho (PSol) totalizam o valor de R$ 850 mil como teto das despesas.
Mais cara
Esta é a eleição mais cara dos últimos oito anos. Em 2004, treze candidatos concorriam à prefeitura com o limite de cerca de R$ 37 milhões. Em 2008, a previsão era gastar R$ 48 milhões na campanha. A diferença porcentual entre a previsão de gastos de 2004 para 2008 foi de 0,5% já descontada a inflação do período. Para este ano, houve um salto em relação ao pleito municipal anterior, com um aumento porcentual de 16%.
As características desta eleição ajudam a explicar o cenário. Diferente de 2008, agora há uma despolarização da campanha, com a presença de Ratinho Júnior ameaçando os outros dois principais candidatos, Luciano Ducci e Gustavo Fruet. Na última eleição, apenas dois fortes concorrentes disputaram o cargo, Beto Richa (PSDB) e Gleisi Hoffmann (PT).
Com a eleição mais acirrada, os candidatos se veem obrigados a prever gastos maiores em suas campanhas. "Com a máquina pública, a oposição presente na cidade e a fama de Ratinho Júnior disputando o mesmo cargo as perspectivas de gasto aumentam. O candidato do PSC representa uma liderança regional, mesmo estando filiado a um partido sem reconhecimento no país", considera o consultor de marketing político Carlos Manhanelli.
Para o cientista político da UFPR Emerson Cervi, a mudança no mecanismo de controle dos gastos da Justiça Eleitoral também ajuda a explicar o aumento da previsão das despesas ano a ano.
"Com a possibilidade de punição, os comitês financeiros podem ter tornado as estimativa mais próximas da realidade", afirma Cervi.
Pela lei eleitoral, se o candidato gastar além da estimativa informada, ele pode ser multado e responder por abuso do poder econômico.
Ratinho Júnior lidera ranking das declarações de bens
Entre os sete candidatos a prefeito de Curitiba, Ratinho Júnior (PSC) é o que possui o maior valor em bens declarados. São R$ 7,5 milhões, cerca de R$ 5 milhões a mais que Gustavo Fruet (PDT), que possui o segundo maior patrimônio.
O prefeito Luciano Ducci (PSB) declarou o valor de R$ 312 mil, um patrimônio 12% menor do que o registrado em 2008, quando disputou o cargo de vice-prefeito. No mês passado, Ducci negou a veracidade de informações da revista Veja. Segundo a publicação, o patrimônio dele e de sua esposa, Marry Dal Prá Ducci, passou de pouco mais de R$ 1 milhão em 2008 para R$ 30 milhões em 2012. O prefeito entregou declarações de Imposto de Renda dele mesmo e de seus familiares ao Ministério Público para tentar comprovar que a denúncia não procede.
Rafael Greca (PMDB) também afirmou ter reduzido seu patrimônio desde que disputou a sua última eleição, em 2010. A declaração registrada neste ano afirma que o peemedebista agora tem 53% a menos do que quando disputou a eleição para deputado estadual.
Já os bens de Ratinho Júnior e Fruet aumentaram nos últimos dois anos. O candidato do PSC teve um aumento de 270% frente aos R$ 1,9 milhões declarados no último pleito. O patrimônio de Fruet cresceu 72% em relação ao que declarou em 2010.
Os bens declarados no site do TSE não necessariamente mostram a totalidade do patrimônio do candidato. Muitas vezes alguns bens são repassados para o nome de filhos e cônjuges, o que não é uma ilegalidade. Os dados informados são comparados com o de declarações de imposto de renda anteriores e, havendo uma discrepância, podem ser investigados.
"Se houver alguma inconsistência que for denunciada, o candidato terá que comprovar. Mas ela não ajuda de fato como comparação do crescimento patrimonial", diz o cientista político da UFPR Emerson Cervi.
De acordo com Carlos Manhanelli, consultor de marketing político, a declaração é positiva mesmo para o que apresenta o maior patrimônio. "Os candidatos que declaram seus bens podem ser favorecidos pelo fato de que a população pode entender que eles não precisarão do dinheiro da máquina pública e nem estarão envolvidos em irregularidades". (MB e IC)
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