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A maioria dos candidatos que participou de um debate na Rádio CBN, na manhã desta sexta-feira, criticou a política econômica do governo Lula. O debate durou uma hora e meia e contou com a participação de seis candidatos: Ricardo Berzoini, Maria do Rosário, Markus Sokol, Plínio de Arruda Sampaio, Raul Pont e Valter Pomar. O candidato Luiz Gonzaga da Silva, o Gegê, não participou das discussões por problemas jurídicos. Somente o ex-ministro Berzoini defendeu a política econômica com mais apreço.

Todos os candidatos fizeram um apelo para que os filiados votem nas próximas eleições, que acontecerão no domingo que vem, dia 18. Maria do Rosário e Plínio de Arruda Sampaio apresentaram opiniões divergentes e se estranharam em alguns momentos.

Para Maria do Rosário, no entanto, o PT é muito mais inteligente do que a divisão de um bloco e outro. Ela defendeu que todos permaneçam no partido, independente do resultado das urnas e lembrou dos feitos realizados pelo PT durante o governo Lula. Segundo ela, o PT precisa ter autonomia, mas não pode vacilar quando estiver enfrentando os concorrentes do PSDB e do PFL, por exemplo.

Para Raul Pont, professor de história e de ciências econômicas, a política econômica não está em sintonia com a base do partido. Ele disse que, evidentemente, é defensor da base monetária, que tem conseguido reduzir a inflação, mas não interessa, na sua avaliação, à política de juros altos, que favorece apenas parte da população. Segundo Plínio de Arruda Sampaio, a atual política econômica é absolutamente errada.

- É uma política neoliberal, que eu sou contra. Que não muda a política de Fernando Henrique Cardoso. Se eleito, vou dizer isso a Lula - disse Arruda Sampaio.

Para Valter Pomar, o governo Lula é superior ao de FH em vários aspectos, mas a política econômica precisa mudar. Segundo ele, a política deve gerar crescimento e igualdade social. Ele defendeu mais investimento público e a não transferência de recursos para o capital financeiro.

- É preciso convencer Lula de que é necessário alterar a política econômica - disse Pomar.

Markus Sokol, que contribuiu para a construção do PT, o governo frustrou eleitores que esperavam, por exemplo, a reforma agrária. De acordo com ele, o Brasil continua trabalhando para pagar dívida externa. Sokol defendeu também o término do superávit fiscal e primário.

- Enquanto não mudar isso, dificilmente vamos ter direito à reforma agrária - afirmou Sokol.

Já Ricardo Berzoini disse que é preciso verificar o estado em que Lula recebeu o país, com a credibilidade em frangalhos. Para ele, o presidente Lula teve grande competência para colocar o país no caminho certo, de credibilidade. Berzoini citou vários benefícios da política de Lula.

Sobre a estratégia para recuperar as finanças do partido, Plínio de Arruda Sampaio disse que se eleito vai propor uma auditoria e verificar os empréstimos.

- Dependendo, vamos sentar com os credores e pedir prazo para pagar isso. O que não for estatutário não temos que pagar. O banqueiro que não sabe emprestar perde o cargo. É a mesma coisa com o Brasil. O Brasil tem dívida grandiosa. O Brasil não tem porque pagar dívida que não é correta - disse Plínio de Arruda Sampaio.

Valter Pomar afirmou que o PT tem capacidade de gerar recursos próprios. Segundo ele, prevaleceu nos últimos tempos a busca de recursos junto ao empresariado.

- O que vamos propor é voltar ao que era antes, sem contrair dívidas de maneira ilegal. Estabelecer controle coletivo sobre receitas. O tesoureiro não pode ser o último a saber que destino terá o recurso - disse Pomar.

Os candidatos falaram sobre que a postura devem tomar em relação ao governo, se eleitos, e a necessidade de mudanças internas para deixar o partido mais transparente. Comentaram ainda sobre a necessidade de troca de ministros do governo Lula e do reerguimento do partido.

Para Markus Sokol, a população brasileira votou no PT acreditando que seria possível avançar em itens sociais que acabaram não acontecendo. Segundo ele, programas como o Bolsa Família podem ser criados por qualquer partido e não somente pelo PT, o que significa que o governo precisa avançar nessas questões.

- A questão é simples, vamos cumprir as nossas promessas. Não haverá reforma agrária se ministro Roberto Rodrigues continuar - disse Sokol.

Maria do Rosário disse que não se pode aceitar o avalanche de críticas da oposição. Segundo ela, foram cometidos erros na direção do partido, mas a direita e os conservadores ganharam espaço demais nas críticas e os ataques ao PT são desmedidos. Segundo ela, os militantes precisam voltar a andar de cabeça erguida e relembrar os seus valores. Para Sokol, os ataques estão na exata medida do ódio.

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