Com pouco tempo para fazer a campanha para a presidência da Câmara, candidatos tentam de todas as maneiras chamar a atenção, embora a maioria dos eleitores-deputados nem esteja na Casa ainda. A eleição será na próxima quarta-feira (13).
O deputado Carlos Gaguin (PTN-TO) optou pelo método de levar moças para o Salão Verde, pedir votos para ele. A deputada Cristiane Brasil (PTB-RJ) imprimiu panfletos, distribuídos por um casal. Rogério Rosso (PSD-DF) e Giacobo (PR-PR) distribuem por torpedo ou pela internet santinhos virtuais.
O santinho virtual do Giacobo traz apenas o lema de sua campanha, além da foto: “ Câmara pelo Brasil. Compromisso, ética e responsabilidade. O de Rosso é mais completo. Além das palavras “serenidade, responsabilidade, coerência”, elenca oito pontos do que defenderá como plataforma.
O primeiro ponto é a autonomia do Legislativo e a ampliação do diálogo com o governo. Rosso também incluiu como plataforma, a valorização do colégio de líderes e garante que não tomará decisões de forma monocrática, ou seja, isoladamente. Rosso disse que fará apenas uma campanha virtual.
“O parlamento não pode ser subserviente. Temos que votar as matérias que o Executivo manda para cá, sem filtro, mas também votar matérias de interesses dos deputados”, diz Rosso, acrescentando: “o colégio de líderes definirá as questão, não terá decisão monocrática. A pauta será feita de forma conjunta.”
Nos corredores da Câmara, o clima de campanha é explícito. Rosso conversava com os jornalistas e o deputado Marcos Rogério (DEM-RO) quando o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão (PP-MA) passou pelo corredor e já saudou o líder do PSD.
“Meu presidente!”, disse Maranhão, com ar de galhofa.
Na conversa, Rosso brincou que se Marcos Rogério fosse candidato ele ia ter de desistir. O deputado do DEM disse que votará em um dos candidatos de seu partido, Rodrigo Maia (RJ) ou José Carlos Aleluia (BA).
O bate-papo acabou virando uma entrevista coletiva do candidato do PSD. Marcos Rogério, então, ajudou uma equipe da TV Bandeirantes segurando o microfone. E não se fez de rogado, tascando uma pergunta a Rosso.
“Por que ser candidato para um cargo de 6 meses se poderia disputar em 2017 uma eleição para dois anos?”, questionou o deputado do DEM.
“A maior atipicidade é que é uma eleição em que você tem um governo interino. Temos um cenário em que não temos ainda certeza sobre 2017, se Dilma pode retornar ou se o Michel Temer continua. Em 2017 terá um grande entendimento da base. Agora, por ser essa atipicidade, é que temos tantas candidaturas”, respondeu Rosso ao colega-repórter.