Depois de terem se enfrentado em um debate tenso, na noite desta sexta-feira (25), com troca de ofensas e provocações, os candidatos prefeitura de Salvador, João Henrique Carneiro (PMDB) e Walter Pinheiro (PT), dedicaram o sábado para fazer uma verdadeira maratona de corpo-a-corpo. Acompanhado do governador Jaques Wagner, Pinheiro visitou, pela manhã, uma das mais tradicionais feiras de Salvador, a Feira de São Joaquim. À tarde ele investiu no contato com os moradores do subúrbio, em uma caminhada no bairro Cajazeiras. Depois, participará de uma carreata do Vale do Canela até o Abaeté, passando pela orla da capital baiana, onde tenta conquistar os votos dos eleitores da classe média.

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João Henrique visitou, pela manhã, o mercado do Rio Vermelho À tarde, participou de uma carreata, saindo do Dique do Tororó, no centro da cidade, em direção orla.

O debate foi uma sucessão de exemplos de desequilíbrio e de provocações entre os dois candidatos que pertencem a partidos da base do governo. A disputa pelo apadrinhamento do presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve presente em todos os blocos.

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No primeiro bloco, João Henrique lembrou que seu partido, o PMDB é a sustentação do governo. O PMDB é esse partido forte, robusto, que sustenta o governo. Quando o presidente Lula deu preferência nossa candidatura, eles entraram em desespero, ficaram enciumados, provocou o atual prefeito, que tenta a reeleição.

Pinheiro devolveu. "O presidente Lula tem demonstrado sua confiança, quando nos chama para discutir as propostas para a cidade. Isso tem acontecido nas obras do PAC [Plano de Aceleração do Crescimento], no Bolsa família. Alias, muita gente que hoje o apóia foi contra o Bolsa Família, alfinetou Pinheiro referindo-se a Antônio Carlos Magalhães Neto (DEM), candidato derrotado no primeiro turno e que declarou seu apoio a João Henrique.

No segundo bloco, a disputa pela imagem de Lula veio de forma mais explícita, na pergunta feita pelo prefeito: O presidente Lula gravou 94 mensagens personalizadas para candidatos do PT, inclusive na Bahia. Por que não gravou mensagem de apoio especificamente falando o nome do senhor?, questionou.

O petista respondeu: O presidente Lula mais que gravou mensagem. Ele está inserido no nosso programa. A nossa relação não é de propaganda, não é só para campanha. Tanto é que fui escolhido como vice-líder do seu governo. Conheço toda a estrutura do Orçamento. Tenho experiência em Brasília.

Outro traço do debate foi a crítica feita por Pinheiro de que o prefeito João Henrique tem o hábito de colocar a culpa nos outros pelas obras e dos projetos não realizados em Salvador. Essa idéia foi repetida nove vezes pelo candidato petista que, durante a campanha, disse que João Henrique começou a realizar as obras nos últimos quatro meses antes da campanha. Deve ser peculiar do candidato botar a culpa nos outros, comentou o petista.

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João Henrique destacou que o PT esteve em seu governo até abril deste ano e, portanto, não teria o direito de dizer que os projetos não caminharam. Em certo momento, o prefeito usou de ironia: Eu só posso dar risada. Eles [os petistas] ficaram 40 meses no meu governo. Saíram por interesse eleitoreiro, para disputar eleição. Ocuparam quatro secretarias e mais de 200 cargos de confiança. E eu, tinha total confiança. O senhor me ajudou, sim. Mas assuma também as coisas ruins. As coisas ruins na gestão do PT. Foram poucas, mas aconteceram, estamos até hoje tentando recuperar, disse o prefeito.

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