Pobreza
Estado tem o maior porcentual de miseráveis do país
O Maranhão é o estado brasileiro com maior porcentual de miseráveis e o único onde esse índice permanece em dois dígitos: 12,9%, quase quatro vezes maior do que a média nacional, de 3,56%. Os dados são de 2012 e revelam que o estado governado por Roseana Sarney piorou de posição no "ranking" da pobreza extrema na última década. Em 2002, o Piauí é que detinha o maior porcentual de miseráveis (22,5%), seguido por Alagoas (19,04%). O Maranhão aparecia em terceiro lugar, com 18,97%. Acuada por uma crise no sistema penitenciário que desencadeou ataques contra ônibus, Roseana Sarney citou que o avanço econômico maranhense é uma das causas do aumento dos problemas na segurança pública. "Um dos problemas que estão piorando a segurança é que o estado está mais rico, o que aumenta o número de habitantes", declarou a governadora.
A crise na segurança pública do Maranhão, de repercussão internacional, criou uma saia-justa na relação entre o PT e o clã Sarney, aliado de primeira hora das gestões Lula e Dilma e há meio século no comando do estado nordestino. Sobretudo porque o atual cenário fortalece os argumentos da ala petista favorável à candidatura de Flávio Dino (PCdoB) a governador do estado contra o PMDB. A decisão será da Executiva Nacional e vem sendo adiada sucessivamente. Outra preocupação mais imediata da família Sarney é com a possibilidade de uma intervenção federal, seja formal ou branca, no Maranhão.
O patriarca do clã, senador José Sarney (PMDB-AP), conversou na última sexta-feira com o vice-presidente da República e presidente nacional do PMDB, Michel Temer, sobre o assunto. Sarney reforçou a posição contra qualquer tipo de intervenção, alegando que não haveria sustentação jurídica e nem mesmo política para a medida, considerando que a governadora Roseana Sarney é aliada da presidente Dilma Rousseff.
Apesar da preocupação da família Sarney, os peemedebistas reconhecem que até agora o governo federal tomou todos os cuidados para não constranger Roseana. Mas até aliados da família admitem que a crise na segurança pública complicou a eleição de Roseana para o Senado e a do candidato do PMDB à sua sucessão, Luis Fernando Silva.
Além disso, há quem acredite que a crise no Maranhão poderá atingir também uma eventual candidatura à reeleição do próprio patriarca ao Senado pelo Amapá. Sarney já havia dito que não disputaria outro mandato, mas essa hipótese voltou a ser considerada recentemente. Como o apoio do ex-presidente Lula e de Dilma pode ser fundamental para assegurar os êxitos dos peemedebistas, a expectativa é que a atual crise leve a família a diminuir suas exigências no plano local.
Aliados de Roseana tentam minimizar o impacto eleitoral da atual crise. Eles alegam que outros estados passaram por cenários semelhantes no sistema prisional, e que, no caso do Maranhão, estaria havendo uma tentativa de politizar a questão. Ainda de acordo com pessoas próximas à família Sarney, a superlotação dos presídios é um problema da Justiça, e não do governo estadual.
Com uma dívida de gratidão com Sarney, aliado de primeira hora de sua campanha vitoriosa em 2002, Lula defende a manutenção do apoio ao PMDB no Maranhão, mas o presidente nacional do PT, Rui Falcão, defende uma solução intermediária, que seria apoiar Dino para o governo e Roseana para o Senado, o que, por ora, não é aceito por nenhuma das partes: PMDB, PT e PCdoB. Em 2010, a direção nacional do PT enquadrou o partido no Maranhão e impôs o apoio à candidatura de Roseana contra o próprio Dino.
"O Sarney virou um problema nacional. Estar perto do Sarney e da Roseana é comprometer nacionalmente o PT e o projeto de reeleição da Dilma. É levar a crise do Maranhão para o colo da Dilma", disse Márcio Jardim, integrante da Executiva do PT no Maranhão e do grupo pró-Dino.
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