O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) minimizou o impacto da prisão do empresário José Carlos Bumbai sobre o governo Dilma Rousseff. Bumlai é amigo pessoal do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e foi alvo de uma operação promovida pela Polícia Federal, na manhã desta terça-feira (24), no esteio da Lava Jato. “O governo sempre apoiou as investigações, garantiu que acontecessem com autonomia. Não vejo por que isso deveria afetar o governo em alguma dimensão”, disse o ministro à reportagem, após participar da abertura de um evento que reuniu a cúpula do Judiciário em Brasília.
Cardozo afirmou ainda que não cabe “qualquer juízo de valor” sobre a prisão de Bumlai. “O fato de estar submetido a uma investigação não pode implicar em qualquer juízo de condenação definitiva”, disse.
O pecuarista é acusado de ter participado de operações financeiras fraudulentas para alimentar os cofres do PT ajudar o partido a saldar dívidas de campanha.
Apesar da fala de Cardozo, setores do Planalto admitem que a prisão de Bumlai causa preocupações pela proximidade do empresário com Lula. A avaliação é que a operação da PF com foco no pecuarista aproxima as investigações do ex-presidente, o que pode ampliar a fragilidade do PT e do governo.
TRAMITAÇÃO PREVISTA
O ministro da Justiça disse que a Lava Jato está seguindo a “tramitação prevista” e garantiu não temer que a prisão de Bumlai dê novo fôlego às pressões de setores do PT, para que controle as investigações.
“É preciso ser justo”, iniciou Cardozo. “As críticas não vêm só do meu partido, mas também de setores da oposição”, disse. Segundo ele, quando integrantes de siglas contrárias ao governo são citados nas investigações, também há acusações de que o Planalto instrumentaliza a PF.
Cardozo encerrou dizendo que essas acusações são feitas por pessoas que “não entendem qual é o papel do ministro da Justiça”.
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