O ministro José Eduardo Cardozo (Justiça) disse hoje que cobrou explicações dos órgãos de sua pasta envolvidos na acusação do delegado Romeu Tuma Jr., ex-secretário nacional de Justiça, de que o governo do PT promoveu uma fábrica de dossiês contra oposicionistas e engavetou investigações. Cardozo prometeu rebater uma a uma das acusações. "Eu já solicitei às informações devidas aos órgãos que foram objeto de denúncia e estarei recebendo às informações sobre tudo o que foi denunciado e colocarei de público às respostas e as situações que forem apuradas", afirmou o ministro após encontro na Câmara.

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No Congresso, a oposição tem se movimentado para aprovar a convocação do ministro Gilberto Carvalho (Secretaria Geral da Presidência) e convidar o delegado para prestarem esclarecimentos as denúncias contra o governo do PT que estão em livro de Tuma Jr. que será publicado nesta semana.

Reportagem da revista "Veja" afirma que Tuma Jr., em seu livro "Assassinato de Reputações", diz que recebeu "ordens" para produzir e esquentar dossiês contra adversários do governo do PT no período em que foi chefe da Secretaria Nacional de Justiça --entre os anos de 2007 e 2010.

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O delegado afirma no livro que as ordens vinham do Palácio do Planalto, Casa Civil e do próprio Ministério da Justiça. A secretaria ocupada por Tuma Jr. é vinculada ao Ministério da Justiça.

Uma das vítimas do dossiê, segundo o livro, seria o governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB). O delegado acusa o ministro Gilberto Carvalho de encomendar o "trabalho" contra Perillo. Em nota divulgada sábado, Carvalho negou a acusação e disse que vai processar o ex-secretário judicialmente.

Outro que teria sido alvo de dossiês do PT, de acordo com Tuma Jr., é o ex-senador Tasso Jereissati (PSDB-CE). Tuma Jr. também afirma que havia uma conta bancária nas ilhas Cayman para depósito do dinheiro arrecadado com o mensalão, mas que na época o governo federal optou por não investigá-la. Segundo o delegado declarou à revista, o governo teria "engavetado"" a investigação com o objetivo de blindar petistas envolvidos no esquema de compra de votos no Congresso.

No livro, o delegado diz ainda que o assassinato do ex-prefeito de Santo André Celso Daniel foi um crime político e que ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) foram grampeados ilegalmente.