Para os críticos e a oposição, a sobreposição de funções das secretarias especiais com as secretarias convencionais e outros órgãos do governo do estado demonstra que elas foram criadas apenas para abrigar aliados políticos do governador Roberto Requião (PMDB). "Provavelmente, a criação dessas secretarias especiais é uma decisão política para acomodar a equipe política", opina o professor de Finanças e Administração Pública Anderson José Amâncio, da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR).
Uma análise da trajetória política dos cinco secretários especiais revela que, de fato, eles podem ser considerados mais como escolhas políticas do que técnicas. O secretário de Assuntos Estratégicos, Nizan Pereira, foi secretário de Saúde de Roberto Requião quando ele foi prefeito de Curitiba, na década de 80. Também foi candidato a vice-prefeito em 2004, na chapa do petista Ângelo Vanhoni, apoiado por Requião naquela eleição. Mílton Buabssi, secretário de Relações com a Comunidade, foi tesoureiro da campanha de 2002 de Requião.
O ouvidor e corregedor-geral do Estado, Luiz Carlos Delazari, foi advogado do governador na campanha do ano passado. Nivaldo Krüger, da Representação do Paraná em Brasília, era suplente de Requião no Senado. E o secretário de Controle Interno, Antônio Jorge Mello Viana, foi assessor especial do governo de 2003 a 2005 e, no ano passado, se candidatou a governador pelo PV. Derrotado no primeiro turno, apoiou Requião no segundo.
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