A primeira-dama da França, Carla Bruni, foi à TV italiana no domingo (25) para negar reportagens dando conta de que ela teria persuadido o Brasil a não extraditar o guerrilheiro italiano Cesare Battisti, depois de ter sido criticada em sua terra natal no ano passado por apoiar uma militante exilada na França.
A cantora e ex-modelo italiana, que casou-se com o presidente da França, Nicolas Sarkozy, há um ano, disse à emissora pública de TV do país que está "muito surpresa que a mídia italiana pense que eu desempenhei tal papel".
Um grupo de vítimas do terrorismo acusou-a de ter persuadido Lula a conceder asilo a Battisti, mas não disse de onde veio a informação, prontamente negada pelo gabinete de Sarkozy.
"Eu nunca ousaria, primeiro porque esta não é a minha ideologia, eu nunca tentei defender Cesare Battisti", disse ela à RAI em uma entrevista gravada.
Ela respondia a acusações de um grupo de vítimas do terrorismo na semana passada de que ela estaria de alguma forma por trás da decisão do presidente Luís Inácio Lula da Silva de garantir refúgio político a Battisti, que escapou de um presídio italiano em 1981.
Ele está condenado à prisão perpétua por quatro assassinado na década de 1970, quando ele pertencia ao grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Ele viajou da França para o Brasil, onde foi preso em 2007.
Bruni já foi criticada por políticos italianos por sua simpatia em relação à guerrilheira Marina Petrella, das Brigadas Vermelhas, que vive na França. Quando a França recusou-se a extraditá-la no ano passado, Bruni a visitou em um hospital para dar-lhe a notícia.
A primeira-dama de 41 anos vem de uma família de industriais do norte da Itália que vendeu tudo e deixou o país nos anos 1970 para escapar da violência. Ela diz ter visões de esquerda, mas afirmou à RAI que era "mais esquerdista" antes de casar-se com Sarkozy.
"A mulher de um presidente da República jamais conversaria com o presidente do Brasil sobre algo que não tem nada a ver com a França", disse a primeira-dama.
O caso Battisti ficou perto de causar um incidente diplomático entre Brasil e Itália. O presidente italiano, Georgio Napolitano, expressou "surpresa e preocupação" com a decisão brasileira e disse que pensava em chamar seu embaixador para consultas em protesto.
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