O deputado estadual Luiz Fernando Ribas Carli Filho (PSB) foi transferido ontem à noite para o Hospital Albert Einstein de São Paulo depois que os médicos do Hospital Evangélico diagnosticaram uma melhora no seu quadro neurológico. Ele vai ficar sob os cuidados de uma equipe médica especializada em reconstrução crânio-facial de "renome internacional".
De acordo com boletim médico divulgado ontem às 20 horas, o quadro neurológico do paciente apresentou evolução favorável possibilitando o transporte aéreo para São Paulo com segurança. A transferência foi feita porque a prioridade agora é o tratamento das "complexas fraturas de face."
A movimentação da família e de políticos que visitaram o deputado no fim de semana já sinalizava uma recuperação rápida de Carli Filho, que teria reconhecido os amigos. O governador Roberto Requião (PMDB) esteve no hospital ontem.
De acordo com o boletim médico divulgado ontem ao meio-dia, pelo diretor técnico do hospital, Luiz Felipe Mendes, Carli Filho permanecia sedado sob cuidados intensivos (UTI) e mantinha a estabilidade do quadro neurológico.
O deputado sofreu traumatismo craniano e múltiplas fraturas no rosto. Ele foi submetido a uma cirurgia para correção inicial das fraturas na face, mas, segundo os médicos, haverá necessidade de outras intervenções porque as lesões foram graves.
Nas tomografias feitas no restante do corpo não foi encontrada nenhuma lesão ou trauma, o que facilita a recuperação do deputado.
Investigação
O inquérito policial instaurado pela Delegacia de Delitos de Trânsito (Dedetran) para investigar as causas do acidente em que morreram os jovens Gilmar Rafael Souza Yared, 26 anos, e Carlos Murilo de Almeida, 20 anos, deve ter desdobramentos nesta semana.
O delegado Armando Braga de Moraes afirmou na sexta-feira que iria solicitar à Urbs as imagens de um radar na rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi, próximo do cruzamento no qual ocorreu o acidente, para saber se o veículo do deputado estava acima do limite de velocidade permitido no trecho 60 km/h minutos antes da colisão.
Segundo fontes da prefeitura, a Urbs já teria analisado as imagens registradas pelo radar na madrugada de quinta-feira e o veículo dirigido por Carli não estaria entre os multados por excesso de velocidade.
A informação oficial sobre o conteúdo das imagens, no entanto, não foi divulgada pela Urbs, que só vai se pronunciar caso o pedido seja feito formalmente pelo delegado que cuida do inquérito sobre o acidente.
Outras câmeras que podem ajudar a polícia a esclarecer as circunstâncias do acidente estão instaladas no posto de gasolina que fica na esquina das ruas Monsenhor Ivo Zanlorenzi e Paulo Gorski. Mas as imagens do equipamento de segurança do local não foram solicitadas pela Dedetran.
Até agora, só foram colhidas as amostras de sangue dos dois jovens que morreram no acidente, Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida, para a realização da análise de dosagem alcoólica. O deputado não foi submetido ao mesmo exame.
A primeira conclusão do delegado é de que não há indícios de racha ou de outro carro envolvido no acidente. O inquérito deve estar concluído em 30 dias.
O deputado dirigia um Volkswagen Passat de cor preta na rua Monsenhor Ivo Zanlorenzi e bateu violentamente contra um Honda Fit, de cor prata. Com o impacto da colisão, os carros foram parar na Rua Barbara Cvintal, uma via paralela à Monsenhor Ivo Zanlorenzi. Pedaços de lataria, vidros e ferros ficaram espalhados por cerca de cem metros. Os dois ocupantes do Honda, Gilmar Rafael Souza Yared e Carlos Murilo de Almeida, tiveram morte instantânea. Eles voltavam do ParkShopping Barigui, onde Almeida trabalhava.
O empresário Gilmar Yared disse que a morte do filho foi um crime e não um acidente. "Testemunhas disseram que havia um terceiro carro participando de um racha com o deputado. Meu filho, ao contrário, estava bem devagar", defendeu. Ele afirmou que está consultando um advogado para saber que medidas tomar.
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