O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, alimentou nesta terça-feira as especulações de que deve disputar um cargo político nas eleições de 2010, afirmando que sua carreira política depende da performance econômica do país, que está em um firme "processo de recuperação", segundo ele.
Meirelles afirmou que pode se filiar a um partido político até setembro para ter "seus direitos políticos em ordem", mas que isso não significa definitivamente que irá se candidatar. As expectativas são de que Meirelles concorra ao posto de governador de Goiás, seu Estado de origem.
"Já que estamos falando com jornalistas especializados no mercado financeiro, podemos usar a analogia de que isso seria um mero contrato de opção", afirmou, referindo-se a uma possível filiação política.
"Os políticos do Brasil fizeram uma outra analogia quando eu estive no Senado, que isso é mais ou menos como tirar um passaporte. Não quer dizer que você vai viajar, mas é bom ter um passaporte no bolso e exercer um direito básico de cidadania", acrescentou após apresentação a investidores em Nova York.
Meirelles, que é o presidente de Banco Central que ocupa há mais tempo tal função, reiterou que decidirá se vai aderir a um partido político até o início de outubro e se concorrerá às eleições até março do ano que vem.
No começo do mês, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse em Anápolis, cidade natal de Meirelles, que o atual presidente do BC seria um dirigente excepcional para Goiás.
"A decisão não está tomada. Um dos fatores que serão considerados é o desempenho da economia brasileira", disse.
Os mercados domésticos têm uma preocupando em relação à continuidade das políticas monetárias brasileiras se Meirelles deixar a presidência da autoridade monetária, que não é formalmente independente do governo.
Ele considerou como "normal" o fato de os mercados precificarem algum risco relacionado a sua eventual saída do BC, mas reiterou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está comprometido com a estabilidade econômica.
"Caso eu venha a ser candidato a algum cargo eletivo e deixe o Banco Central a partir de abril de 2010, acredito que teremos um processo de continuidade (das políticas)".
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