A carta com queixas do vice-presidente Michel Temer enviada à presidente Dilma Rousseff foi mal avaliada pelo comando do PMDB do Senado. Lideranças como o presidente da Casa, Renan Calheiros (PMDB-AL) e o ex-senador José Sarney consideraram, segundo pessoas próximas, que o presidente do partido se “apequenou” ao tratar de cargos e questões pessoais.
Na tentativa de contornar a crise, lideranças do PMDB do Senado vão tentar minimizar a carta, afirmando publicamente que ela teve caráter pessoal, e não partidário, e que revelaria o desejo de Temer de colaborar mais com o governo.
O grupo de Renan critica Temer nos bastidores, afirmando que, em um momento grave como o atual, não há uma linha sobre a conjuntura política e econômica, só “mi-mi-mi-Michel”.
A ala do PMDB que ainda apoia o governo afirma que o vice está sofrendo influência negativa de Moreira Franco, que não perdoa a presidente Dilma Rousseff desde que foi destituído da Secretaria de Aviação Civil, que tem status de ministério.
Para ajudar o Palácio do Planalto, o PMDB do Senado articula para que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) não seja votada, o que provocaria a convocação automática do Congresso no recesso parlamentar. Esse caminho dispensa a aprovação, por maioria absoluta da Câmara e do Senado, de uma convocação extraordinária, e também o estabelecimento de uma pauta específica para o período. A oposição queria incluir na pauta de janeiro a votação do parecer do Tribunal de Contas da União (TCU) pela rejeição das contas de 2014 da presidente Dilma.
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