O ministro Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral da Presidência) afirmou nesta terça-feira (1º), ao comentar o anúncio feito nesta segunda (30) do nome do deputado Brizola Neto (PDT) para o Ministério do Trabalho, que quem escolhe o ministro de Estado é a presidente Dilma Rousseff.
A pasta era comandada interinamente por Paulo Roberto Santos Pinto desde dezembro do ano passado, quando o ex-ministro Carlos Lupi deixou o cargo em meio a denúncias de irregularidades.O convite a Brizola Neto foi feito pessoalmente pela presidente, e sua indicação não era unanimidade no PDT. O deputado e Dilma se reuniram por mais de meia hora. Ele foi recebido no Planalto logo após reunião da presidente com o próprio Lupi, que é presidente do PDT, e o ministro Gilberto Carvalho.
"Quem escolhe o ministro de Estado é a presidente. O que ela fez foi informar o ex-ministro Lupi, presidente do PDT, essa decisão. Ela não fez uma consulta", disse Carvalho.
O ministro afirmou ainda que o governo buscará aproximação com todo o PDT. "Não acredito em racha [do PDT]. É uma bancada que nós respeitamos e faremos de tudo para que cada vez mais ela esteja próxima de nossa base." Carvalho reiterou que não houve estranhamento com Lupi. "Lupi não foi agressivo, pelo contrário, foi gentil."
IR e Bancos
O ministro disse que o governo aceitou fazer a discussão para isenção do IR (Imposto de Renda) sobre o lucro das empresas. "Está faltando só o entendimento em torno do método e da cifra. As centrais [sindicais] vão a Brasília na quinta para poder acertar isso. Esperamos até quinta poder resolver essa questão."
Carvalho também comentou a declaração de Dilma na segunda, feita durante pronunciamento em cadeia nacional de rádio e televisão, em que ela cobrou dos bancos privados a redução mais contundente das taxas de juros.
A presidente afirmou que não há como explicar os patamares praticados e que o setor financeiro "não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros". "É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo. Esses valores não podem continuar tão altos. O Brasil de hoje não justifica isso", disse Dilma."Há o empenho e a determinação da presidente em reduzir o custo do financiamento, mas não se trata de guerra contra ninguém", explicou o ministro.Carvalho participou nesta terça das comemorações do Primeiro de Maio em São Paulo.
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