Em uma reunião no Palácio do Planalto para cerca de 50 pessoas entre elas os secretários executivos dos ministérios, o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse que não há motivos de preocupação com a área militar por causa da substituição do ministro da Defesa Nelson Jobim pelo ex-ministro das Relações Exteriores do governo Lula, Celso Amorim. A posse, segundo Carvalho, será na segunda-feira.
"Está tudo tranquilo", disse Carvalho, fazendo o papel de porta-voz da presidente Dilma Rousseff, para a sociedade civil, tentando mostrar que não há maiores preocupações no governo com a forte reação esboçada pelos militares contra a escolha de Amorim por Dilma. Os militares são contra a posição político-partidária de Amorim, que manteve vários pontos de conflito com as Forças Armadas durante a gestão Lula, por questões ligadas aos direitos humanos, à energia nuclear e principalmente por causa do que chamam de nova ideologia levada por Amorim para o Ministério das Relações Exteriores .
A reunião de Gilberto Carvalho foi convocada, originalmente, para que o ministro transmitisse um recado da presidente, que pede atenção especial de todas as pastas para as reivindicações que serão apresentadas na Marcha das Margaridas, que será realizada nos dias 16 e 17 de agosto, em Brasília.
O ministro começou o encontro falando sobre a marcha, mas em seguida resolveu comentar sobre a saída de Nelson Jobim da pasta e a escolha de Celso Amorim. Segundo ele, o nome de Amorim foi o primeiro no que Dilma pensou, desde o início, quando começaram os primeiros problemas com Jobim.
O ministro também informou que a presidente teve uma reunião hoje pela manhã com os comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica para comunicar que eles permanecerão no cargo.
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