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Diante de novas denúncias envolvendo desvio de dinheiro público em ministérios, a Casa Civil voltará a ter papel mais político. Por determinação da presidente Dilma Rousseff, a ministra Gleisi Hoffmann já começou a cobrar pessoalmente dos ministros explicações para cada acusação.

Na volta das férias parlamentares, o governo não quer esticar a corda com sua base de sustentação no Congresso. Nos últimos dias, Dilma ouviu ponderações do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, para quem é importante fazer uma repactuação com os aliados. Com estilo discreto, a paranaense Gleisi – que substituiu Antonio Palocci, abatido por denúncias de enriquecimento ilícito – será agora uma espécie de "facilitadora" na Esplanada.

Longe dos holofotes, a chefe da Casa Civil – batizada de "Dilma da Dilma" – fará a triagem dos assuntos espinhosos para encaminhar à presidente. O receio do governo é que dirigentes de partidos aliados produzam dossiês para mascarar disputas políticas e atrapalhem as votações no Congresso. Em mais de uma ocasião, Dilma disse que a "reestruturação" – termo empregado por ela para definir a "faxina" – vai se restringir aos Transportes. Observou, no entanto, que estará atenta às brechas para verificar o que está ou não funcionando no governo. Gleisi será sua "olheira" nesse trabalho.

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