Casamento de Beira-Mar em presídio federal é adiado na véspera

• 0

O casamento do traficante Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, com a noiva Jaqueline Alcântara de Morais, marcado para quinta-feira (20), foi adiado pelo casal na véspera da cerimônia. O evento seria realizado na Penitenciária Federal de Campo Grande. A informação foi divulgada pela assessoria de imprensa do Departamento Penitenciário Nacional (Depen), subordinado ao Ministério da Justiça, no começo da tarde desta quarta-feira (19).

Ainda de acordo com o Depen, uma nova data ainda não foi agendada e, mesmo que ela já tivesse sido marcada, não seria divulgada por razões de segurança. A assessoria de imprensa do Depen informou ainda que não haverá mudança na forma como a cerimônia será realizada.

Os motivos para o adiamento não foram divulgados pelo casal, segundo o Depen. O G1 apurou que Beira-Mar e Jaqueline não queriam que a data do casamento e os detalhes da cerimônia fossem divulgados pela imprensa. Isso teria incomodado os noivos, que decidiram adiar a celebração.

Beira-Mar e Jaqueline estão juntos há 15 anos e têm três filhos. Ele está preso na unidade em Campo Grande desde o dia 25 de julho. A cerimônia

Os noivos escolheram um pastor evangélico para celebrar a união. O G1 apurou que o casamento, quando for marcado, será acompanhado por quatro testemunhas. Duas foram escolhidas pela noiva e outras duas, pelo noivo.

Uma das filhas do casal também participará da cerimônia. Ela deve carregar as alianças. A cerimônia terá duração máxima de 30 minutos e será realizada na sala de assistência jurídica do presídio.

Os nomes das testemunhas não serão divulgados por razões de segurança. Todas as reuniões para acertar os detalhes do casamento foram acompanhadas pela noiva.

O traficante terá de entregar a aliança para os agentes penitenciários depois de casado. Ela pode ficar guardada com os demais pertences do preso em um dos armários da unidade. Se preferir, Jaqueline poderá levar para casa a aliança do marido.

Vestido de noiva

Beira-Mar já recebeu autorização da direção da unidade para deixar de lado o uniforme azul claro e vestir terno e gravata. O G1 apurou que Jaqueline vai atravessar os portões da penitenciária federal vestida de noiva, como manda a tradição. Para eternizar o momento em um álbum de casamento, o casal contratou o serviço de um fotógrafo profissional.

Por medidas de segurança, ele não poderá fotografar as dependências da penitenciária federal. As fotos terão de ser feitas em plano fechado. Apenas os noivos e as testemunhas poderão aparecer nas imagens. Para a comemoração, o casal foi autorizado a servir refrigerantes e salgadinhos aos presentes.

Se o casamento for marcado para o mesmo dia de visita, a lua-de-mel poderá acontecer logo após a cerimônia. Jaqueline já é cadastrada para visitar Beira-Mar às quintas-feiras.

"Momento pessoal"

Fernandinho Beira-Mar foi o primeiro a receber visita íntima no período em que esteve recolhido na Penitenciária Federal de Catanduvas, no Paraná. Agora, ele deve ser o primeiro preso a casar e ter lua-de-mel dentro de uma penitenciária de segurança máxima.

Beira-Mar assinou, no começo de agosto, os documentos necessários para a formalização da união em cartório.

O juiz federal Odilon de Oliveira disse ao G1 que esta é uma escolha de Beira-Mar e que a cerimônia deve ser realizada de acordo com a vontade dele, apesar de estar preso em regime de segurança máxima. "Esse é um momento muito pessoal e devemos respeitar os sentimentos das pessoas." Pena

Fernandinho Beira-Mar começou a cumprir pena na Superintendência da Polícia Federal no dia 23 de março de 2006 e foi o primeiro a ser transferido para a Penitenciária Federal de Catanduvas, no dia 19 de julho do mesmo ano.

Em Mato Grosso do Sul existem dois processos contra Beira-Mar. No da Justiça estadual ele aparece como mandante da morte de um outro traficante que atuava na fronteira com o Paraguai. No outro processo, sobre lavagem de dinheiro, da Justiça Federal, o traficante e outras 23 pessoas são acusados de lavar mais de R$ 12 milhões.