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Roberto Aciolli: o PV  informou que não sabia do envolvimento dele em um homicídio | Daniel Derevecki/Gazeta do Povo
Roberto Aciolli: o PV informou que não sabia do envolvimento dele em um homicídio| Foto: Daniel Derevecki/Gazeta do Povo

Advogado diz que vítima era "pessoa perigosa"

O advogado de Roberto Aciolli, Nilton Ribeiro, reafirmou ontem que seu cliente agiu em legítima defesa. Ele alega que "a suposta vítima era pessoa perigosa, contando com várias passagens pela polícia". Também afirmou que o engraxate Paulo César Heider, morto pelo vereador eleito, já havia ameaçado e assaltado Aciolli por diversas vezes. O engraxate, que tinha 23 anos quando foi morto por Aciolli, tinha antecedentes criminais por furto e por difamação, injúria e ameaça.

Aciolli, em entrevista à Gazeta do Povo publicada ontem, disse que estão querendo prejudicá-lo. "É uma coisa que aconteceu em 1999. Alguma pessoa de má-fé está usando isso contra mim", disse ele. O desempenho nas urnas, com 17.377 votos, teria despertado, na visão de Aciolli, a atenção sobre ele. "Engraçado é que antes da eleição ninguém falou disso. Por que só agora?", questinou o vereador eleito.

Boa parte dos vereadores de Curitiba, embora não queira ser identificada, considera que a denúncia por assassinato feita contra o vereador eleito Roberto Aciolli (PV), pelo Ministério Público Estadual (MP), é muito prejudicial à Câmara Municipal. Para eles, o Partido Verde, ao qual ele é filiado, também ficou com a imagem arranhada.

"Embora seja uma questão que pertence à Justiça, que ainda vai julgá-lo, a denúncia e a forma como ocorreu a morte com a qual ele está envolvido traz uma carga e uma pressão popular enorme para a Casa", afirmou um vereador que está há anos no cargo. Segundo ele, existem outros vereadores acusados de crimes, mas nenhum desse jeito. "Se isso fosse divulgado 15 dias antes da eleição, com certeza ele não seria o candidato a vereador mais votado."

Outro vereador afirmou ser um "horror" a denúncia contra Aciolli. Ele acusou ainda o partido do candidato eleito, o PV, por não ter fiscalizado e levantado a ficha do acusado. "Como um partido tem um filiado nessa situação? Os partidos todos deveriam tomar mais cuidado."

O presidente da Câmara, João Cláudio Derosso (PSDB), disse que, para a Casa, por enquanto não há qualquer problema quanto a Aciolli, justamente por ele não ter sido julgado ainda. Segundo o tucano, se o denunciado for condenado, em seu lugar assumirá o suplente – o atual vereador Paulo Salamuni (PV), que não se reelegeu. Salamuni, assim como Derosso, afirmou que a situação pertence à Justiça.

Já o PV, através da assessoria de imprensa, informou que não sabia do envolvimento de Aciolli em um homicídio. O partido informou ainda que não irá falar mais sobre o assunto. No último domingo, na divulgação do resultado da eleição, Aciolli disse que foi convidado pela legenda para se candidatar.

Furtado

Já o ex-candidato à prefeitura pelo PV, Maurício Furtado, não defendeu punição a Aciolli por parte do partido. "Só faltava essa: o partido se adiantar ao processo judicial e estabelecer pena para ele." Ele disse que o caso não interfere na imagem da legenda e que tem confiança de que Aciolli vai conseguir provar inocência.

O vereador eleito foi denunciado por assassinar, em 1999, o engraxate Paulo César Heider, que teria roubado a loja da ex-mulher de Aciolli. Para o MP, o motivo do assassinato foi banal. Dois dias depois do homicídio, Aciolli se apresentou à polícia e entregou a arma do crime, que era sua e tinha registro. O vereador eleito alega que o tiro foi disparado acidentalmente, enquanto ele brigava com Heider. Também disse que estava apenas se defendendo.

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