A possibilidade de o Supremo Tribunal Federal (STF) restringir os poderes de fiscalização do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) colocou em lados opostos a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e os magistrados.
Ontem, o presidente nacional da OAB, Ophir Cavalcante, se mostrou preocupado com a repercussão caso o poder de fiscalização do CNJ seja reduzido. "Será um grave retrocesso, uma vez que o conselho abriu o Judiciário, deu-lhe transparência, sobretudo com as punições que efetivou", disse Ophir. "Essa ação [que tramita no STF pedindo a redução das funções do STF] tem como objetivo fazer com que o Judiciário volte a ser uma caixa preta, cenário com o qual a OAB não pode concordar."
O presidente da OAB no Paraná, José Lúcio Glomb, disse esperar que o Supremo mantenha a competência do CNJ na forma como está, "sob pena do CNJ ficar absolutamente destituído dos fundamentos que originaram a sua criação". "Como imaginar um conselho, que veio como órgão do controle do Judiciário, sem poderes para fazer esse controle?"
Do outro lado da "trincheira", tanto a Associação dos Magistrados do Paraná (Amapar) quanto o Tribunal de Justiça do Paraná (TJ) alegam que a atuação do conselho extrapola o que está previsto na Constituição Federal. "Não queremos que não apurem. A magistratura paranaense não se sente isenta de fiscalização ou controle", disse o presidente da Amapar, Gil Guerra. "Mas o CNJ está extrapolando, passando por cima da estrutura estabelecida pela Constituição e ameaçando a autonomia dos três poderes."
Para o presidente do TJ, Miguel Kfouri Neto, possíveis irregularidades envolvendo magistrados do Paraná devem ser apuradas internamente pelos tribunais, para só depois, em caso de omissão ou inoperância, o CNJ intervir. "[O CNJ] está extrapolando a sua finalidade e intervindo na autonomia dos tribunais locais", disse Kfouri.
Braga Netto repassou dinheiro em sacola de vinho para operação que mataria Moraes, diz PF
Defesa de Braga Netto diz que provará que não houve obstrução das investigações
Parlamentares de direita e integrantes do governo repercutem prisão de Braga Netto
Da revolução à ruína: a fraqueza original que selou o destino do comunismo soviético
Deixe sua opinião