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"Estava me preparando pa­ra pedir informações pa­ra o próprio ministro-chefe da Casa Civil e para a Comissão de Ética Pública, quando fui informado [que a oposição tinha acionado o MP]." Roberto Gurgel, procurador-geral da República | Gervásio Baptista/STF
"Estava me preparando pa­ra pedir informações pa­ra o próprio ministro-chefe da Casa Civil e para a Comissão de Ética Pública, quando fui informado [que a oposição tinha acionado o MP]." Roberto Gurgel, procurador-geral da República| Foto: Gervásio Baptista/STF

O procurador-geral da Repú­­­blica, Roberto Gurgel, afirmou ontem que a acusação de que o ministro-chefe da Casa Civil, Antonio Palocci, teria multiplicado seu patrimônio nos últimos anos merece "um olhar mais cuidadoso".

O procurador disse que pediria para Palocci mais informações sobre o caso, mas diante da notícia de que partidos de oposição acionaram o Ministério Público, ele decidiu aguardar.

"Estava me preparando para pedir informações para o próprio ministro-chefe da Casa Civil e para a Comissão de Ética Pública, quando fui informado. Decidi aguardar para ver os elementos que serão apresentados a mim", afirmou ontem.

Com base nessas informações, Gurgel pode pedir a abertura de uma investigação no Supremo Tribunal Federal (STF), já que Palocci tem foro privilegiado, ou simplesmente arquivar o assunto caso não encontre indícios de irregularidades.

Defesa

O Palácio do Planalto escalou parlamentares da base governista ontem para sair em defesa de Palocci no plenário do Senado. Ao justificar a evolução patrimonial do ministro nos últimos quatro anos, a senadora Marta Suplicy (PT-SP) disse que os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) também aumentaram seu patrimônio rapidamente logo após deixarem o Executivo.

"Cabe à acusação dizer o ônus da prova. Não viu quanto o presidente Fernando Henrique e o presidente Lula aumentaram seu patrimônio fazendo palestras por um ano?", alegou a petista.

Marta disse que Palocci foi "injuriado, caluniado, difamado" e acabou absolvido – por isso se tornou o ministro "mais importante" do governo Dilma Rousseff.

O líder do PT, Humberto Costa (PE), disse que não houve conflito de interesses no fato de Palocci ser dono de uma empresa de consultoria enquanto ocupou uma cadeira na Câmara dos Deputados. "Desde o momento em que ele foi convocado para chefiar a Casa Civil, transformou a finalidade da empresa para se adequar à função que ocupa hoje."

O presidente do PMDB, Valdir Raupp (RO), afirmou que a "prova da transparência" de Palocci foi ter declarado em seu Imposto de Renda sua evolução patrimonial. "Todo ex-ministro e presidente tem direito a prestar consultoria e ganhar dinheiro. O pior é se tivesse camuflado."

O líder do DEM, senador Demóstenes Torres (GO), fez um duro discurso cobrando explicações mais convincentes de Palocci. "Queremos saber o patrimônio do ministro, como ele ganhou esse dinheiro. Por que ele está se recusando a trazer esses dados?", questionou.

O presidente do DEM, José Agripino Maia (RN), afirmou que Palocci "tem a obrigação de esclarecer" a evolução do seu patrimônio por ser um homem público. "Consultoria prestada a quem, em que circunstâncias, envolvendo quem? É isso que a sociedade quer, nada mais do que isso."

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