Curitiba – Os dois deputados paranaenses envolvidos com as denúncias do mensalão – José Borba, ex-líder do PMDB, e José Janene, líder do PP Câmara – afirmaram ontem que não irão renunciar ao mandato.

CARREGANDO :)

Borba e Janene têm adotado estratégias semelhantes desde que seus nomes foram incluídos na lista de sacadores das contas do publicitário Marcos Valério, acusado de ser o operador do mensalão para o PT. Borba sequer atende aos telefonemas da imprensa, nega que recebeu dinheiro de Valério, mas, até o momento, não deu nenhuma explicação oficial sobre o caso. Janene tem se pronunciado apenas por meio de sua assessoria de imprensa.

Em matéria da Folha de S. Paulo de ontem, o advogado de Borba, Roberto Bertholdo, afirmou que seu cliente já tinha preparado sua carta de renúncia.

Publicidade

O processo de cassação contra os dois paranaenses e os demais deputados federais chega na terça-feira ao Conselho de Ética da Câmara.

Desse modo, os parlamentares teriam até às 18 h de segunda-feira para renunciar. Caso contrário, terão seu destino decidido pelos votos do próprio Conselho e, posteriormente, do plenário.

Ao chegar para depor sobre o inquérito do mensalão, ontem, na Polícia Federal, Borba negou que vá abrir mão do mandato para escapar de uma possível cassação e da perda dos direitos políticos. "A renúncia é um instrumento ao alcance de todos, mas não vou renunciar, eu já disse", afirmou o peemedebista, que chegou acompanhado de dois advogados.

Nos bastidores, o entendimento é de que Borba ainda não renunciou para não ficar marcado como o deputado que abriu a lista de um possível expurgo contra os 13 parlamentares.

Até o fechamento desta edição, a reportagem da Gazeta do Povo tentou contato telefônico com Borba. As ligações não foram atendidas.

Publicidade

Já Janene, novamente por meio de sua assessoria, informou "que já tem advogados constituídos, trabalhando em sua defesa".

O líder do PP, segundo assessores, tem se dedicado a cuidar de sua saúde.

Janene se prepara para se submeter a um transplante de células-tronco para curar uma problema cardíaco adquirido por meio de um vírus.