O ex-dono da Delta Construções, Fernando Cavendish, o contraventor Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, e os empresários Adir Assad, Marcelo Abbud e Cláudio Abreu foram transferidos para o presídio Bangu 8, no complexo penitenciário de Gericinó, na tarde deste sábado. Os cinco foram beneficiados com prisão domiciliar, mas a falta de tornozeleiras eletrônicas impediu que eles fossem liberados para ficarem presos em casa.
Eles foram transferidos do Presídio Ary Franco, em Água Santa, na zona norte do Rio, às 15h10. Assad, Abud e Abreu foram levados no banco de trás da van da Polícia Federal. Cachoeira e Cavendish foram conduzidos no porta malas do automóvel, segundo os agentes.
A prisão de Cavendish ocorreu na madrugada deste sábado quando ele desembarcava no aeroporto do Galeão, no Rio. O empresário era considerado foragido da Justiça. Os outros quatro suspeitos estavam presos desde a quinta-feira (30), quando a Polícia Federal deflagrou a Operação Saqueador.
Na sexta (1°), o desembargador Ivan Athié, do Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2), transformou em prisão domiciliar a prisão preventiva de Cachoeira. A medida foi estendida para os outros quatro presos. No entanto, a Justiça Federal condicionou o benefício ao uso de tornozeleiras eletrônicas.
A Secretaria de Administração Penitenciária admitiu que não possui tornozeleiras eletrônicas para serem colocadas nos presos. Em nota, informou “que vem se esforçando para honrar seu compromisso junto ao fornecedor para que a entrega e manutenção das tornozeleiras seja normalizada”.
O comunicado diz ainda que a secretaria ainda não recebeu o pedido para a soltura dos presos. O Ministério Público Federal (MPF) informou que vai recorrer da decisão que autorizou a prisão domiciliar.
Segundo o Ministério Público, entre 2007 e 2012, a Delta teve mais de 96% de seu faturamento vindo de verba pública -algo em torno de R$ 11 bilhões, sendo R$ 6,6 bi de contratos com o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transporte).
Desse valor, ao menos R$ 370 milhões teriam sido desviados por meio de pagamentos a 18 empresas de fachada abertas por Cachoeira e Assad.
A ação do MPF é um desdobramento da Operação Monte Carlo, que em 2012 apontou indícios do envolvimento de Cachoeira com Cavendish no desvio de verbas de obras públicas no Centro-Oeste.
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