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A base aliada ao governador afastado do Distrito Federal, José Roberto Arruda (sem partido, ex-DEM), passou quase três meses - desde deflagrada a Operação Caixa de Pandora, da Polícia Federal (PF) - tentando manobrar politicamente na Câmara Legislativa para atrasar a análise dos três pedidos de impeachment contra ele. Nesta quinta-feira (18), porém, os deputados da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) se reúnem e devem, enfim, aprovar a admissibilidade dos textos. A reunião estava marcada para as 10 horas, mas até as 10h30, não havia começado.

Fiel desde o início, a base governista agora entende que não é mais possível sustentar politicamente o governador, acusado em inquérito de ser o mentor do esquema de corrupção local, chamado de "Mensalão do DEM", e preso desde a semana passada pela PF por obstrução das investigações.

Na semana passada, quando os deputados chegaram a um acordo de que era preciso abrir processo contra Arruda para esvaziar o pedido do Procurador Geral da República (PGR) de intervenção no governo do Distrito Federal, o governador em exercício, Paulo Octávio (DEM), ainda não era alvo de pedidos de impeachment.

No entanto, na tarde daquele mesmo dia, quatro representantes de entidades locais - Central Única dos Trabalhadores (CUT-DF), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-DF), Partido dos Trabalhadores (PT-DF) e Partido Socialista Brasileiro (PSB-DF) - apresentaram pedidos de impeachment contra ele. Mas antes de a CCJ votar a admissibilidade dos requerimentos, a Procuradoria da Câmara precisa analisá-los previamente

Encerrada a sessão da CCJ, todos os deputados distritais devem se reunir no gabinete da presidência da Câmara para debater outros assuntos pendentes na Casa que dizem respeito à investigação da Caixa de Pandora. Oito dos 24 deputados distritais em exercício são citados no inquérito como beneficiários do esquema e são alvo de processo disciplinar. O corregedor, deputado Raimundo Ribeiro (PSDB), é responsável pela elaboração dos pareceres que determinarão se os processos terão seguimento para o Comitê de Ética ou se serão arquivados.

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Pelo menos três parlamentares devem ter os mandatos cassados: Leonardo Prudente (ex-DEM, sem partido), Eurídes Brito (PMDB) e Júnior Brunelli (PSC). Eles foram filmados recebendo maços de dinheiro do ex-secretário de Relações Institucionais do Distrito Federal Durval Barbosa. Prudente é o ex-presidente da Câmara Legislativa e ficou conhecido por guardar maços de dinheiro de propina nas meias.

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