O governo do Ceará informou hoje que suspendeu todos os contratos que mantém com o Instituto Mundial de Desenvolvimento e da Cidadania (IMDC), a entidade sem fins lucrativos de Belo Horizonte que está no centro das investigações da operação Esopo, da Polícia Federal. A gestão Cid Gomes (PSB) tem pelo menos quatro contratos com a entidade, para execução, no Estado, de ações do programa federal ProJovem, do Ministério do Trabalho. O ProJovem é uma das maiores fontes de recursos sob suspeita de desvio para o IMDC.

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No Ceará, os quatro contratos do governo assinados com o IMDC em 2013 somam R$ 7,6 milhões, sendo que R$ 1,1 milhão já foi pago. Prevê ações de qualificação profissional para 5.275 jovens de 18 a 29 anos.

A assessoria do governo informou que também acionou a Corregedoria Geral do Estado para realizar auditoria e sindicância sobre os contratos. A apuração da Polícia Federal aponta que o IMDC já recebeu cerca de R$ 400 milhões nos últimos cinco anos em recursos federais, estaduais e municipais, e que há suspeitas de desvios em todos esses procedimentos.

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O presidente da entidade, Deivson Vidal, 32, está preso --a PF levanta suspeitas sobre a origem do patrimônio de Vidal, que inclui mansão, carros de luxo e helicóptero.

Segundo a polícia, a suposta quadrilha envolve o IMDC, empresas, pessoas físicas e "servidores públicos de alto escalão" --ao menos 22 pessoas já foram presas, entre elas três servidores ou ex-servidores do Trabalho.