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Pesquisadores brasileiros conseguiram obter óvulos e espermatozóides a partir de células-tronco embrionárias de camundongos, num avanço tecnológico que, a longo prazo, pode gerar novas técnicas de reprodução assistida e muita polêmica.

O objetivo final da linha de pesquisa seria conseguir produzir óvulos e espermatozóides humanos a partir de células-tronco adultas para que homens e mulheres inférteis pudessem ter seus próprios filhos.

Aplicar a técnica em seres humanos seria bastante controverso porque levanta a possibilidade de que homens poderiam produzir óvulos e mulheres, espermatozóides. Mais do que isso: em tese, seria possível gerar uma criança a partir de um único indivíduo.Entretanto, apontam cientistas, para que a técnica possa ser aplicada em seres humanos, seriam necessários, no mínimo, mais uns 20 anos de pesquisa.

O estudo vem sendo desenvolvido pelos pesquisadores Alexandre e Irina Kerkis, do Centro de Pesquisa em Reprodução Humana Roger Abdelmassih, de São Paulo, e foi apresentado no Encontro Anual da Sociedade Européia de Reprodução Humana e Embrionária, em Praga.

A curto prazo, dizem os pesquisadores, a diferenciação de células-tronco em óvulos e espermatozóides feita em laboratório ajudará a entender como, exatamente, as células reprodutivas são criadas no organismo.

Modelo pode ser usado para testar novas drogasEsse seria um mecanismo crucial nos processos de infertilidade e de desenvolvimento embrionário.

- Vamos usar o estudo com camundongos como modelo para estudar a diferenciação de células masculina e feminina no organismo - contou Kerkis. - Outra aplicação imediata é usar esse modelo de diferenciação para testar novos medicamentos ou dosagem de remédios para fertilização.

Kerkis acredita que, em dois ou três anos, já seja possível tentar a produção de óvulos e espermatozóides em laboratório a partir de células-tronco embrionárias humanas - desde que obtida a autorização para o uso dessas células. Mas o objetivo seria meramente de estudo, não terapêutico.

- Para terapêutica, só em 20, 30 anos. É preciso muito estudo para isso - sustentou Kerkis.

O próximo passo dos pesquisadores é realizar a fecun$ção a partir de óvulos e espermatozóides de camundongos oriundos das células embrionárias.

- Queremos analisar a expressão dos genes e a genética dos embriões e, eventualmente, da prole.

Os pesquisadores testarão a fecundação de óvulos naturais por espermatozóides artificiais e vice-versa. Pretendem testar também a fecundação a partir de dois gametas artificiais. Eles tentarão, então, a inseminação artificial para ver o que acontece.

- Vamos testar todas as possibilidades - diz Kerkis. - Essa pesquisa levanta muitos problemas genéticos.

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