Um morador de Sorocaba, no interior de São Paulo, foi surpreendido com a explosão de uma bateria de celular. Thiago Morales Tomasi comprou há um mês um celular Motorola que toca música e reproduz vídeo. Pagou R$ 980 pelo aparelho, mas a alegria não durou um mês.

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- O celular estava ligado, carregando há cerca de 15 minutos. De repente deu um estouro. O celular pulou em cima do meu colo. Joguei no chão e o chão ficou queimado - conta.

A família de Tomasi argumenta que se não tivesse ninguém em casa a residência seria incendiada, pois o celular se transformou numa 'bola de fogo'. Tomasi tirou fotos do aparelho danificado e enviou para a fabricante. Agora, o aparelho seguiu para os Estados Unidos, onde será analisado.

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- Comprei o celular em uma autorizada da Claro, na rua Barão de Tatuí. Não tem como alegar que estava utilizando peças falsificadas. Peguei o modelo top de linha e não esperava que isso pudesse acontecer. A empresa me deu outro aparelho dois dias depois, mas eu solicitei mais R$ 2 mil para poder arrumar o chão da minha casa e o teclado e o mouse do computador, que ficaram danificados. Se eles não pagarem, vou entrar com um processo - disse Tomasi.

Em lojas que consertam celulares, o risco não é novidade. Normalmente, aparelhos em recarga ficam longe dos funcionários. Todos os celulares são deixados desligados quando a loja fecha.

Esta não é a primeira vez que um consumidor é surpreendido por explosão de celular em São Paulo. Em julho passado, o funcionário público Roberto Izzo, de 28 anos, teve queimaduras na córnea, no braço esquerdo, nas costas e na nuca. Izzo disse que a lesão ocorreu quando a bateria de seu telefone celular, também da marca Motorola, explodiu, enquanto ele atendia uma ligação em sua casa, na Penha, na zona leste. O funcionário público disse que estava ao lado de sua filha, de 3 anos, quando seu celular tocou.

- Estiquei o braço para atender, o aparelho estava fechado. Quando abri, explodiu. Se chego a colocar no ouvido... O quarteirão inteiro escutou. A explosão queimou o sofá e até o forro do teto. Eu estava de malas prontas para viajar, se fosse dentro do carro ia morrer todo mundo. Foi violento - disse.

Izzo disse que protegeu a filha com o próprio corpo. A menina não se machucou. A dona-de-casa Nilce Fiori Izzo, de 31 anos, esposa do funcionário público, estava no quarto na hora da explosão.

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- Foi um barulho muito alto, achei que fosse um tiro. O chão ficou cheio de um pó preto, e a sala ficou com um cheiro de queimado - afirmou ela.

O caso foi registrado no 10º Distrito Policial. A Motorola informou que ainda não recebeu do Instituto de Criminalística o resultado da perícia técnica. De acordo com a empresa, o processo é demorado. Um outro caso de explosão de celular Motorola ocorreu em dezembro do ano passado em Neves Paulistas, no interior. Segundo a empresa, o laudo ficou pronto no meio deste ano e mostrou que a bateria era falsificada. O proprietário do aparelho não sabia onde tinha comprado a bateria falsificada, de acordo com a assessoria de imprensa da Motorola.

Em julho deste ano, o comerciante autônomo Jesus Favacho Andrade, 46 anos, ficou ferido quando seu celular Nokia explodiu dentro da bermuda, causando queimaduras na coxa e na perna.O incidente aconteceu no início da manhã em uma loja de autopeças de Belém, no Pará.

- Eu tinha ido comprar peças para o meu carro quando o celular explodiu, dentro do meu bolso. Fiquei desesperado - disse a vítima.

Antes da explosão, o comerciante havia tentado retornar uma chamada não atendida, mas não conseguiu porque não tinha mais créditos. Assim que desligou, o celular da atendente, que estava ao seu lado, tocou.

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- Na mesma hora o telefone explodiu, para o meu espanto - conta.

O aparelho começou a pegar fogo e Jesus teve que ser socorrido pelos outros vendedores.

- Foi um desespero, porque eu não estava entendendo o que estava acontecendo. De repente a minha perna começou a queimar e os pedaços do celular foram caindo. O celular tem muitos materiais tóxicos, por isso corri para o Pronto Socorro para fazer a assepsia, mas foi só um atendimento de primeiros socorros - diz o comerciante.

Do hospital, ele seguiu para a Delegacia do Consumidor para registrar ocorrência contra a empresa fabricante do celular. A assessoria de imprensa da Nokia informou que o laudo da polícia também não ficou pronto. Já um laudo da Sanyo, fabricante japonesa de peças, teria atestado que a bateria era falsificada. De acordo com a Nokia, Andrade já admitiu que comprou o aparelho usado e que, provavelmente, o primeiro dono trocou uma das peças. A empresa disse ainda que em todo o mundo foram registrados 5 ou 6 casos de explosão de celulares da marca. Em todos os casos, segundo a Nokia, ficou comprovada a falsificação da bateria.