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As centrais sindicais vão manter a proposta de um aumento do salário mínimo de 350 reais para 420 reais, apesar da insistência do ministro da Fazenda, Guido Mantega, por um valor de 367 reais. Mais uma vez, a batalha do salário mínimo será entre a equipe econômica e ministérios aliados aos movimentos sociais, avaliam os sindicalistas.

``Há uma disputa no interior do governo e nós vamos apostar no setor mais comprometido com mudanças, com a distribuição de renda. Nos ajuda que o governo não seja submisso a um pensamento único, é importante que tenha essa dicotomia interna'', disse à Reuters Quintino Severo, secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na terça-feira.

Na quarta-feira, as centrais realizam manifestação em frente ao Congresso Nacional em Brasília, dando início à mobilização pelo novo salário mínimo. A 3a Marcha Nacional do Salário Mínimo, promovida por seis centrais sindicais, deverá reunir 10 mil pessoas.

``Este valor de 367 reais é uma posição só do Mantega. Conversei hoje três ministros que não têm esse pensamento'', disse Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, presidente da Força Sindical, que, como o dirigente da CUT, já está em Brasília para participar dos atos.

Entre esses ministros estariam Luiz Marinho (Trabalho), ex-presidente da CUT e crítico da conduta do Banco Central, e Luiz Dulci (Secretaria-Geral da Presidência), que tem a função de fazer a ponte entre o governo e os movimentos sociais. Dilma Rousseff (Casa Civil) também estaria neste grupo.

Do lado oposto estaria Paulo Bernardo (Planejamento) identificado pelos movimentos sociais com o pensamento do ex-ministro Antonio Palocci, posição mais radical do que a defendida pelo próprio Mantega, avaliam.

Mantega argumenta que o valor de 367 reais para o salário mínimo corresponde aos indicadores de crescimento da economia e elevação da inflação, que ficaram abaixo do previsto para este ano.

A CUT argumenta ainda que vai apresentar ao governo a fatura da vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na eleição de outubro, e terá o apoio do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), que vem intensificando a mobilização após a eleição. Convidado, o MST participará da marcha pelo salário mínimo.

``Vamos levar a expectativa da população, dos movimentos sociais em especial, em relação à disputa dos dois projetos para o país realizada do segundo turno. A expectativa agora é de aprofundar as mudanças'', disse Severo.

Tanto a CUT quanto a Força defendem que o reajuste em 16,5 do salário mínimo, para 420 reais, é um instrumento de distribuição de renda.

``O discurso das contas públicas é compensado pelo dinamismo que a economia adquire'', argumentou Severo.

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