Na reunião que terão hoje com a presidente Dilma Rousseff, as centrais sindicais poderão aceitar uma correção da tabela do Imposto de Renda inferior à inflação de 6,47% acumulada pelo INPC em 2010, mas condicionada a um compromisso de que o governo garanta um reajuste automático da tabela nos próximos três anos. Oficialmente, as centrais dizem que não aceitarão qualquer proposta inferior aos 6,47%. Mas fontes ouvidas pela reportagem admitem que o governo não deu sinais de que avançará muito além dos 4,5% já apresentados e que as centrais poderão aceitar uma proposta próxima dos 5%.
"Nossa proposta é de uma correção de 6,47%. Estamos em negociação e essa é uma primeira conversa", disse o secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves, o Juruna, que participa da reunião de hoje em Brasília. "Não posso falar pelas outras centrais, mas de fato existe essa proposta de garantir o reajuste automático pelos próximos três anos, levando em conta as perspectivas de inflação."
Prioridade
O secretário-geral da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Quintino Severo, que também irá à reunião, disse que a prioridade é a correção dos 6,47%. "Não vou questionar a opinião das outras centrais, mas nós queremos os 6,47%. Vamos também tentar avançar para garantir a correção dos próximos três anos", afirmou.
De acordo com Severo, as centrais querem uma política semelhante à do reajuste do mínimo, aprovada por lei. "Essa política poderá vincular o reajuste da tabela à meta de inflação do governo. Pode ser o centro da meta, mas pode ser outro número de referência", disse.
Depois da discussão do salário mínimo, durante a qual não foram recebidas pela presidente, as centrais pretendem recuperar a relação que tinham com o governo quando o presidente era Luiz Inácio Lula da Silva. Nesta primeira reunião com Dilma, elas acreditam que o governo não será intransigente na defesa dos 4,5%.
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