Pressionado por dirigentes de centrais sindicais, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva suspendeu o anúncio oficial da nomeação do presidente do PDT, Carlos Lupi, para o Ministério do Trabalho.
Lupi foi convidado para substituir o ministro Luiz Marinho, ex-presidente da CUT, que será deslocado para a Previdência, no lugar de Nelson Machado.
A nomeação de um ministro do Trabalho do PDT, partido que tem ligações políticas com a Força Sindical, foi rejeitada pelas seis centrais rivais (CUT, CGT, CGTB, SDS, CLAT e Nova Central), recebidas por Lula na noite de quarta, fora da agenda.
"Estivemos com o presidente para defender a manutenção do ministro Marinho no Trabalho e ele nos respondeu que iria pensar sobre o assunto", disse a jornalistas presidente em exercício da CUT, Carmen Foro, depois de audiência com Lula.
Embora Carlos Lupi tenha afirmado, às 21h30 dessa quarta-feira, que toma posse como ministro do Trabalho na manhã de quinta, o Palácio do Planalto não confirmou a informação.
Às 22h desta quarta-feira, o Planalto divulgou uma agenda que prevê para o horário a "posse de novos ministros", sem especificar quais serão.
Extra-oficialmente, estão confirmadas as posses dos ministros do Desenvolvimento, Miguel Jorge, da nova Secretaria de Comunicação Social, Franklin Martins, e dos Transportes, senador Alfredo Nascimento (PR-AM).
"O presidente Lula me disse, mais de uma vez, que eu tomo posse na manhã de quinta", insistiu Lupi. O pedetista ressalvou que não havia falado novamente com Lula depois do encontro com os sindicalistas.
Além de dar posse a mais um grupo de ministros (já foram feitas sete substituições), Lula deve anunciar nesta quinta a criação da nova Secretaria de Portos, desmembrada do Ministério dos Transportes, para a qual será indicado o ex-ministro da Integração Nacional Pedro Brito, indicado pelo PDT.
Segundo uma fonte da direção do PSB, a nova secretaria de Portos terá status ministerial.
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