Brasília (AE) O governo promoveu ontem mais uma rodada de negociação com dirigentes de cinco centrais sindicais para discutir o valor do salário mínimo que vai vigorar a partir de 1.º de maio de 2006. Não houve acordo. Desta vez, participaram da conversa quatro ministros: Luiz Marinho (Trabalho), Antonio Palocci (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil) e Paulo Bernardo (Planejamento).
A decisão, porém, só será tomada após a reunião que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva terá na próxima semana com representantes dos comandos sindicais, incluindo a Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Força Sindical.
O presidente da Força, Paulo Pereira da Silva, o Paulinho, disse que na reunião de ontem apresentou uma proposta de dar um reajuste menor em 2006, mas, em troca, o governo conceder um desconto no recolhimento do INSS para os trabalhadores que ganham um salário mínimo.
A proposta era reduzir a alíquota do INSS de 7,6% para 2 5%. No entanto, segundo Paulinho, as centrais não concordaram com a idéia. "Achamos complicado, porque teria de explicar demais para a população. Então, achamos melhor deixar essa discussão para um outro momento."
O sindicalista disse que nova reunião foi marcada para a quarta-feira (21), para tentar chegar a um acordo pelo qual o valor do mínimo fique entre R$ 350 e R$ 400. Paulinho assegurou que as centrais não aceitam nem os R$ 340 nem os R$ 350 ventilados nesta semana pelo governo.
"Nós jogamos muito com o ano eleitoral", afirmou. "Para quem se comprometeu a dobrar o salário mínimo, o governo terá de se explicar para a população. E nós jogamos muito, também, com o Congresso, que terá de dar uma satisfação à sociedade."
Embora publicamente venha defendendo o salário mínimo de R$ 350, Marinho já admite a interlocutores um valor que vinha sendo sugerido pela equipe econômica: R$ 340. "Será o maior valor que couber no Orçamento", afirmou o ministro, nesta semana.
Moraes eleva confusão de papéis ao ápice em investigação sobre suposto golpe
Indiciamento de Bolsonaro é novo teste para a democracia
Países da Europa estão se preparando para lidar com eventual avanço de Putin sobre o continente
Em rota contra Musk, Lula amplia laços com a China e fecha acordo com concorrente da Starlink
Deixe sua opinião