Trabalhadores ligados a cinco centrais sindicais - CUT, Força Sindical, CTB, Nova Central e CGTB -, aprovaram nesta terça-feira (1º), em São Paulo, um documento único chamado de "Agenda da Classe Trabalhadora" a ser entregue aos candidatos à Presidência da República após a oficialização das candidaturas - as convenções partidárias para definição dos candidatos ocorrerão neste mês.
Entre as propostas estão redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais; legislação para inibir as demissões em massa, nos moldes da convenção 158 da Organização Internacional do Trabalho (OIT); e assento para trabalhadores e empresários no Conselho Monetário Nacional, órgão que estabelece a política monetária no país.
Segundo a CUT, o evento reuniu na Conferência Nacional da Classe Trabalhadora (Conclat) cerca de 22 mil pessoas de todo o país no Estádio do Pacaembu. Foi a primeira reunião das centrais desde 1981. A primeira Conclat ocorreu em agosto de 1981 na Praia Grande (SP) e reuniu cerca de 5 mil pessoas.
Em entrevista ao G1 antes do evento, a Força Sindical negou que o evento fosse em prol de candidaturas específicas, embora o presidente da entidade, o deputado federal Paulo Pereira da Silva, o Paulinho da Força, tenha se manifestado a favor da candidatura da ex-ministra Dilma Rousseff (PT).
"O mais importante desse evento é que conseguimos fazê-lo (juntar as centrais). Discutimos um documento único que amanhã será aperfeiçoado com propostas de governo que queremos entregar para os candidatos. (...) Na Força Sindical, a maioria dos militantes vai apoiar a Dilma. Mas das nove pessoas que vão falar [no evento], duas são do PSDB. A Força não vai decidir apoiar ninguém. Mas particularmente as pessoas vão apoiar, individualmente", afirmou o deputado e presidente da Força.
A Central Única de Trabalhadores (CUT), ao contrário da Força, afirmou que o posicionamento político da entidade não será escondido.
"Na CUT fizemos esse debate e ainda não nos posicionamos porque as candidaturas não são oficiais. Nosso objetivo é impedir o retrocesso, que para a CUT é o retorno do PSDB, DEM e PPS. Impedir o retrocesso e a falta de diálogo com o movimento sindical, como o que vimos nos oito anos do governo Fernando Henrique Cardoso. (...) A CUT tem uma visão muito clara, de que é preciso manter a independência das centrais e por isso queremos intervir nas eleições. O pior a fazer é ficar em cima do muro", afirmou o presidente da CUT, Arthur Henrique Silva.
O presidente da CUT disse ainda que, apesar do posicionamento, todos os candidatos receberão a agenda dos trabalhadores. Ele afirmou que ainda não foi definido quando, mas a entrega deve ocorrer individualmente aos candidatos após oficialização das candidaturas nas convenções partidárias. "Tem um principal elemento que é ser uma pauta, uma agenda que vai servir para pressionar o próximo governo para continuar o processo que está acontecendo."
De acordo com Arhur Henrique, o documento foi feito após resoluções aprovadas em cada uma das centrais em seus congressos. Nos últimos três meses, o Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) juntou as informações e coordenou reuniões entre os representantes das centrais.
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