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O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, encontrou-se com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e na saída fala com jornalistas sobre negociação do valor do novo salário mínimo | Agência Brasil
O presidente da Força Sindical, Paulo Pereira da Silva, encontrou-se com o ministro de Relações Institucionais, Luiz Sérgio, e na saída fala com jornalistas sobre negociação do valor do novo salário mínimo| Foto: Agência Brasil

O presidente da Força Sindical, deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), afirmou nesta quarta-feira (12) que as centrais sindicais vão promover uma "enxurrada de ações judiciais" contra o governo federal, caso a presidente Dilma Rousseff não abra uma linha de diálogo com as entidades até a próxima segunda-feira (17).

Argumentando que Dilma teria colocado "uma corda no pescoço dos trabalhadores", Paulinho da Força, como é conhecido o deputado, afirmou que as centrais sindicais decidiram, em reunião na terça-feira (11), enviar uma carta a Dilma pedindo a abertura de negociações. A ofensiva no Judiciário, segundo Paulinho, será adotada caso Dilma não acolha a proposta de reajuste da tabela do Imposto de Renda em 6,47%.

"Reunimos as seis centrais sindicais – CUT, Força Sindical, CGTB, CTB, Nova Central Sindical e UGT – e essas centrais resolveram mandar uma carta para a presidente Dilma pedindo que ela abrisse as negociações com as centrais e reivindicando salário mínimo de R$ 580, 10% desse valor em reajuste para os aposentados e a correção da tabela do imposto de renda em 6,47%", disse Paulinho, em entrevista na liderança do PDT da Câmara.

Antes de deixar o governo, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva editou uma medida provisória estabelecendo salário mínimo de R$ 540 para 2011.

"O governo está quietinho, mas se não abrir negociações até segunda-feira as centrais vão entrar com uma enxurrada de ações contra o governo na Justiça", disse. O argumento para as ações seria, de acordo com Paulinho da Força, a não correção da tabela que, para ele, significa um "confisco" de salários.

Nos cálculos do pedetista, o governo teria de se defender de mais de mil ações judiciais, que seriam apresentadas à Justiça por milhares de sindicatos ligados às centrais em todo o país.

O deputado explicou ainda que o acordo com o governo de que o reajuste do mínimo teria como base a inflação e o crescimento do Produto Interno Bruto também previa a revisão dos termos após quatro anos. O prazo para uma reavaliação do acordo terminou, segundo o deputado, em dezembro de 2010. Ele afirmou que as centrais não admitirão salário mínimo abaixo de R$ 580 e disse que a MP de Lula será alterada no Congresso Nacional.

"Acho que o governo vai perder no Congresso. Vamos contar com a insatisfação da base aliada com a distribuição de cargos no segundo escalão. E se não houver correção da tabela [de imposto de renda] isso será um confisco", disse. O deputado também reclamou da falta de acesso das centrais e movimentos sociais à presidente Dilma. "Dilma está numa redoma. O governo não deixa chegar nela."

'Cachaça'

Para o deputado, o aumento do salário mínimo proposto pelo governo, de R$ 3 além dos R$ 540 discutidos, "não dá nem para pagar uma cachaça".

"Nem deveria falar isso, mas acho que o governo começa mal. Colocar o [Guido] Mantega [Ministro da Fazenda] para falar com a gente [centrais sindicais] não dá. O Mantega não tem jeito de falar com o trabalhador", afirmou Paulinho.

O descontentamento com o ministro da Fazenda é antigo "desde os tempos de Lula", como disse Paulinho, e foi ampliado com as declarações de Mantega de que vetaria aumento maior do que os R$ 540. A medida provisória sobre o novo mínimo será a primeira dificuldade de Dilma Rousseff na Câmara e Senado.

Paulinho disse que o reajuste defendido pelas centrais é de R$ 580, com 10% desse valor concedido aos aposentados, "O novo salário mínimo a gente vai discutir no Congresso. Se for preciso, a gente lota isso aqui de aposentado e trabalhador."

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