Em seu acordo de delação premiada, o ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró citou nominalmente o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a presidente Dilma Rousseff no âmbito das ações investigadas pela Operação Lava Jato.
Outro lado
O Instituto Lula disse que não comenta “vazamentos ilegais, seletivos e parciais de supostas alegações sem provas”. A assessoria do Planalto informou que não iria comentar o assunto. O senador Fernando Collor e João Lyra não foram encontrados.
Segundo ele, Lula sugeriu ao senador Fernando Collor (PTB-AL) que se reunisse com o comando da BR Distribuidora, uma subsidiária da Petrobras apontada pelos investigadores como “cota pessoal” do petebista. Esse encontro, de acordo com o delator, tratou de uma reivindicação de Collor: a “compra de grande quantidade de álcool, no valor de R$ 1 bilhão, de usinas de Alagoas”. Na época da reunião, em meados de 2010, Cerveró era diretor financeiro e de serviços da BR Distribuidora.
Ele disse aos investigadores se tratar de uma compra de safra antecipada que, na prática, “se tratava de uma concessão de crédito às usinas”. Collor teria explicado que, em 2010, uma grande enchente havia acometido Alagoas e causado muitos danos. De acordo com o ex-diretor, Collor chegou a levar o ex-presidente para “ver pessoalmente a situação de Alagoas, tendo Lula ficado chocado”.
Na reunião, Collor apresentou João Lyra, político e usineiro em Alagoas, como “exemplo de usineiro alagoano altruísta”, que estava ajudando na recuperação dos prejuízos causados pelas enchentes no estado. Cerveró afirmou, no entanto, que, após o encontro, procurou o ex-diretor de Operações da BR Distribuidora José Zonis para rechaçar a possibilidade do negócio, uma vez que seria proibida a compra de safra antecipada.
Dilma
Também na delação, Cerveró declarou que Collor lhe disse, em 2013, que Dilma havia garantido ao parlamentar que “estavam à disposição” dele, Collor, a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora. Em depoimento prestado no dia 7 de dezembro de 2015, o ex-diretor disse ter ouvido o relato de Collor sobre suposto encontro com Dilma durante uma reunião em Brasília, que teria ocorrido em setembro de 2013. Na ocasião, Cerveró estava empenhado em se manter no cargo de diretor Financeiro e Serviços da BR Distribuidora, que assumiu após deixar a área Internacional da estatal petrolífera.
Segundo o ex-diretor, Collor disse que não tinha interesse em mexer na presidência e nas diretorias da BR Distribuidora. Cerveró afirmou que “ironicamente agradeceu” a Collor por ter sido mantido na BR. “Nessa ocasião, o declarante percebeu que Fernando Collor realmente tinha o controle de toda a BR Distribuidora”, diz trecho do depoimento de Cerveró.
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