O ex-diretor da área Internacional da Petrobras, Nestor Cerveró, afirmou, em depoimento à Justiça Federal na tarde desta terça-feira, que foi convidado para o cargo pelo então presidente Lula e a então ministra de Minas e Energia, Dilma Rousseff. Ele negou qualquer indicação política do PMDB e se disse mais próximo ao PT. Até o momento, os investigadores da força tarefa da Operação Lava Jato afirmam que o ex-diretor atuou como o braço do PMDB no esquema de corrupção da Petrobras. É a primeira vez que Cerveró fala sobre como chegou a direção da estatal em 2003.
“Senhor Paulo Costa que foi ouvido no processo mencionou que ele assumiu a Diretoria de Abastecimento numa indicação política do Partido Progressista. Afirmou também que o senhor Renato Duque seria uma indicação política do Partido dos Trabalhadores e mencionou que o senhor seria uma indicação política do PMDB”, afirmou Moro sendo interrompido por Cerveró. “Não sou uma indicação política do PMDB”, retrucou.
Moro então questiona:
— O senhor pode me esclarecer como que o senhor assumiu o cargo de diretor?
“Eu assumi o cargo de diretor atendendo um convite do presidente Lula e da ministra Dilma de Minas e Energia”, afirmou ele dizendo que foi indicado pelo seu conhecimento acumulado na estatal.
O juiz voltou a questionar se o PMDB tinha ou não alguma influência política na sua escolha. Cerveró negou afirmando que havia uma ligação mais próxima ao Partido dos Trabalhadores.
Cerveró assumiu a direção da Petrobras em 2003 e ficou no cargo até março de 2008. O ex-diretor é acusado de ter recebido vantagem indevida de milhões de dólares para favorecer a contratação, em 2006 e em 2007, da empresa Samsung Heavy Industries Co para fornecimento de navios sondas de perfuração de águas profundas. Ele também é suspeito de ter lavado dinheiro com a compra de um apartamento em Ipanema e de um carro de luxo.
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