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Nestor Cerveró está preso desde janeiro de 2015. | Brunno Covello/Gazeta do Povo
Nestor Cerveró está preso desde janeiro de 2015.| Foto: Brunno Covello/Gazeta do Povo

Ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró terá que devolver aos cofres públicos cerca de R$ 18 milhões por sua participação no esquema de corrupção da Petrobras. Ele também deixará a prisão no próximo dia 24 de junho – ele está preso desde janeiro de 2015.

A devolução dos recursos foi acertada por Cerveró em seu acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e que foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).

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A verba inclui, por exemplo, 1 milhão de libras esterlinas mantido em bancos de Londres, R$ 9,7 milhões, além de US$ 495 mil em contas sob controle da offshore Russel em Nassau, Bahamas. Se não cumprir o acordo, poderá perder fazenda ou imóveis na zona sul do Rio.

Ficou definido ainda que Cerveró só poderá ser condenado a no máximo 25 anos. Ele cumprirá um ano, cinco meses e nove dias em regime fechado na carceragem da PF e continuará a cumprir pena em casa a partir de 24 de junho. O ex-diretor da Petrobras terá que usar tornozeleira eletrônica até dezembro de 2018. Ele ficará em Petrópolis (RJ).

A delação foi homologada no fim do ano passado pelo Supremo. Ele fechou o acordo depois que foi descoberta uma trama com a participação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) para evitar que Cerveró falasse. A PGR ofereceu denúncia ao STF acusando, além de Delcídio, o ex-presidente Lula, o banqueiro André Esteves, e o pecuarista José Carlos Bumlai, entre outros, por tentativa de obstrução à justiça. Todos negam ligação com a tentativa de compra do silêncio de Cerveró.

Em sua delação, Cerveró faz implicações a integrantes do PMDB, disse supor que a presidente afastada Dilma Rousseff tinha conhecimento de que políticos do PT recebiam propina da Petrobras

Ele afirmou ainda que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu-lhe um cargo público em 2008 como “reconhecimento” pela ajuda que ele prestou para quitar um empréstimo de R$ 12 milhões considerado fraudulento pela Operação Lava Jato.

Cerveró também atribuiu a Lula decisão de ter “concedido influência sobre a BR Distribuidora” ao senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL). Poder semelhante teria sido dado ao alagoano pela presidente Dilma Rousseff, conforme o delator alegou ter ouvido do senador.

Segundo Cerveró, por volta de setembro de 2013 ele foi chamado a Brasília para uma reunião com Collor na Casa da Dinda, residência do senador. Na ocasião, o senador disse ter falado com Dilma, “a qual teria dito que estavam à disposição de Fernando Collor a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora”.

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