Ex-diretor da área internacional da Petrobras, Nestor Cerveró terá que devolver aos cofres públicos cerca de R$ 18 milhões por sua participação no esquema de corrupção da Petrobras. Ele também deixará a prisão no próximo dia 24 de junho – ele está preso desde janeiro de 2015.
A devolução dos recursos foi acertada por Cerveró em seu acordo de delação premiada com a Procuradoria-Geral da República e que foi homologada pelo STF (Supremo Tribunal Federal).
A verba inclui, por exemplo, 1 milhão de libras esterlinas mantido em bancos de Londres, R$ 9,7 milhões, além de US$ 495 mil em contas sob controle da offshore Russel em Nassau, Bahamas. Se não cumprir o acordo, poderá perder fazenda ou imóveis na zona sul do Rio.
Ficou definido ainda que Cerveró só poderá ser condenado a no máximo 25 anos. Ele cumprirá um ano, cinco meses e nove dias em regime fechado na carceragem da PF e continuará a cumprir pena em casa a partir de 24 de junho. O ex-diretor da Petrobras terá que usar tornozeleira eletrônica até dezembro de 2018. Ele ficará em Petrópolis (RJ).
A delação foi homologada no fim do ano passado pelo Supremo. Ele fechou o acordo depois que foi descoberta uma trama com a participação do ex-senador Delcídio do Amaral (ex-PT-MS) para evitar que Cerveró falasse. A PGR ofereceu denúncia ao STF acusando, além de Delcídio, o ex-presidente Lula, o banqueiro André Esteves, e o pecuarista José Carlos Bumlai, entre outros, por tentativa de obstrução à justiça. Todos negam ligação com a tentativa de compra do silêncio de Cerveró.
Em sua delação, Cerveró faz implicações a integrantes do PMDB, disse supor que a presidente afastada Dilma Rousseff tinha conhecimento de que políticos do PT recebiam propina da Petrobras
Ele afirmou ainda que o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu-lhe um cargo público em 2008 como “reconhecimento” pela ajuda que ele prestou para quitar um empréstimo de R$ 12 milhões considerado fraudulento pela Operação Lava Jato.
Cerveró também atribuiu a Lula decisão de ter “concedido influência sobre a BR Distribuidora” ao senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL). Poder semelhante teria sido dado ao alagoano pela presidente Dilma Rousseff, conforme o delator alegou ter ouvido do senador.
Segundo Cerveró, por volta de setembro de 2013 ele foi chamado a Brasília para uma reunião com Collor na Casa da Dinda, residência do senador. Na ocasião, o senador disse ter falado com Dilma, “a qual teria dito que estavam à disposição de Fernando Collor a presidência e todas as diretorias da BR Distribuidora”.
STF decide sobre atuação da polícia de São Paulo e interfere na gestão de Tarcísio
Esquerda tenta mudar regra eleitoral para impedir maioria conservadora no Senado após 2026
Falas de ministros do STF revelam pouco caso com princípios democráticos
Sob pressão do mercado e enfraquecido no governo, Haddad atravessa seu pior momento