O prefeito Cesar Maia afirmou nesta sexta-feira que as encostas do Rio de Janeiro reagiram "extremamente bem" às fortes chuvas que atingiram o município nos últimos dias. Apesar do desmoronamento de toneladas de terra do Túnel Rebouças, no Morro Cerro Corá, em Cosme Velho, o que resultou no fechamento da principal ligação entre a Zona Norte e a Zona Sul e em um trânsito caótico, Cesar Maia afirmou que não houve vítimas nas favelas da cidade em conseqüência do temporal. Ele disse também que há 15 anos foi feita a retirada de moradores, o reflorestamento e a construção do muro de contenção no Cerro Corá.
- As encostas do Rio de Janeiro resistiram extremamente bem - afirmou o prefeito, em entrevista à GloboNews TV. E indagou - Quero saber qual foi a favela do Rio de Janeiro nessas chuvas que teve uma pessoa desalojada, uma encosta que foi derrubada. No Morro Cerro Corá, nenhuma casa foi atingida.
Para Cesar Maia, a resistência de outras encostas à forte chuva desta semana é uma resposta aos investimentos feitos nos últimos anos, antes mesmo do seu governo. Segundo ele, não houve qualquer projeto suspenso relativo à manutenção de encostas na cidade. Ele afirmou ainda que a necessidade de investimentos em obras de contenção foi reduzindo à medida que o projeto Favela Bairro urbanizava as favelas. Cesar Maia também garantiu que o monitoramento da encosta sobre o Túnel Rebouças não é feito no "olhômetro". Reportagem desta sexta-feira do jornal "O Globo" revela que a encosta do túnel é fiscalizada informalmente e por profissionais de um órgão de trânsito. Já o secretário de Obras, Eider Dantas, disse que é preciso fazer um trabalho urgente de remoção de ocupação irregular nas encostas.
Possibilidade de rodízio de carros, caso fortes chuvas voltem a cair
De acordo com o secretário municipal de Transportes, Arolde de Oliveira, o Rio poderá adotar um modelo de rodízio de carros para evitar mais problemas no trânsito, caso fortes chuvas voltem a cair na cidade e a interdição do Túnel Rebouças se prolongue. Entretanto, o sol apareceu nesta sexta-feira, aumentando as chances de aceleração da abertura do Rebouças. A orientação para que os motoristas deixem seus carros em casa e optem pelo transporte coletivo permanece nesta sexta.
Para o secretário de Obras, ainda é cedo para apontar a causa do desmoronamento. A prefeitura trabalha com duas hipóteses : mina de água natural e vazamento de tubulação no morro. No entanto, Cesar Maia enfatizou nesta sexta-feira que o deslizamento foi causado por uma infiltração provocada por uma canalização furada. O presidente da Cedae, Wagner Victer, alega, porém, que é impossível o desmoronamento ter sido causado por vazamento de água.
Equipes da Secretaria municipal de Obras e do Corpo de Bombeiros estão induzindo o deslizamento do resto de terra que permanece instável na encosta sobre o Túnel Rebouças, com o auxílio de jatos de água e uma escada magirus. Após a ação, 200 homens de órgãos municipais e estaduais farão a contenção da encosta, com o apoio de 30 caminhões e 15 retroescavadeiras.
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