A CGU (Controladoria-Geral da União) deve publicar nesta terça-feira (24) portaria abrindo processo administrativo disciplinar para investigar a construtora Delta, que teve integrantes de sua cúpula citados em conversas do empresário de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira interceptadas pela Polícia Federal. O contraventor foi preso na Operação Monte Carlo, da PF.
A CGU vai apurar irregularidades da construtora em obras em nove Estados. São falhas como pagamento de serviços fora do segmento contratado, pagamento de serviços inexistentes, deficiências nos projetos aprovados, entre outros.
O processo vai avaliar se a construtora será declarada inidônea e proibida de firmar contratos com o governo. A investigação pode levar até dois meses. A empresa terá direito de se defender das irregularidades apontadas.
De acordo com a CGU, caso o processo administrativo conclua que a Delta é inidônea, os órgãos que têm contratos com ela terão a opção de rescindir os compromissos já assinados.
A interrupção significará que o governo terá que chamar a segunda colocada na licitação ou fazer uma nova concorrência pública.
Atualmente, as segundas colocadas não costumam aceitar porque as licitações são feitas com preços antigos, que estão defasados. E, em caso de nova licitação, os orçamentos para a administração, em geral, ficam maiores.
A Delta afirma que as eventuais relações da construtora com Cachoeira se referem apenas ao ex-diretor da empresa para a região Centro-Oeste, Claudio Abreu, já afastado, e não à sua cúpula.A Delta é a empresa que mais recebeu verbas do Orçamento do Executivo federal desde 2007 e deve ser investigada na CPI do Cachoeira, a ser instalada amanhã no Congresso.