O ministro do Esporte, Orlando Silva, terá de se explicar no Congresso e na Controladoria-Geral da União sobre o repasse de R$ 6,2 milhões para um projeto que ainda não saiu do papel. Os recursos foram repassados para um sindicato de cartolas de futebol para realizar o cadastramento de torcidas organizadas. O projeto, batizado de Torcida Legal, seria uma preparação para a Copa de 2014.
O ministro da CGU, Jorge Hage, pediu explicações a Orlando Silva sobre o convênio, realizado sem licitação. Hage enviou um ofício em que solicita esclarecimento sobre o contrato, revelado ontem pelo jornal O Estado de S. Paulo. Segundo a assessoria do órgão, após a análise da documentação, a CGU poderá pedir o bloqueio dos recursos ou a suspensão do próprio convênio.
A oposição decidiu reagir e também pediu um pronunciamento do ministério. O líder do PPS na Câmara, Rubens Bueno (PR), protocolou ontem um requerimento na Mesa da Casa em que cobra informações de Orlando Silva. No Senado, o senador Demóstenes Torres (DEM-GO) avisou que pedirá a convocação do ministro na Comissão de Constituição e Justiça.
Com base nas respostas que serão enviadas pelo ministério, o PPS diz que pretende provocar o Tribunal de Contas da União (TCU) para que entre no caso. "Esse é mais um exemplo claro de desperdício de dinheiro público por meio de contratos ilegais e viciados. Precisamos fechar urgentemente esses dutos por onde escorrem recursos rumo ao caixa 2 de partidos e contas de empresas de fachada. Sem falar no enriquecimento ilícito de políticos e funcionários corruptos", disse o líder do PPS.
O governo federal repassou R$ 6,2 milhões ao Sindicato Nacional das Associações de Futebol Profissional e suas Entidades Estaduais de Administração e Ligas (Sindafebol). A entidade é presidida pelo ex-presidente do Palmeiras Mustafá Contursi. O dinheiro foi repassado para a entidade fazer o cadastramento das torcidas organizadas dentro dos preparativos para a Copa.
O contrato foi assinado no dia 31 de dezembro de 2010 e todo o dinheiro liberado, de uma vez só, em 11 de abril deste ano. O negócio rápido e milionário teve um empurrão oficial de Alcino Reis, assessor especial de futebol do ministério e homem de confiança do ministro Orlando Silva de quem é correligionário no PCdoB. Questionado pela reportagem, o presidente do Sindafebol admitiu que a entidade não tem estrutura para tocar o convênio.
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