O ministro interino da Controladoria-Geral da União, Jorge Hage, disse nesta segunda-feira que o ex-secretário-geral do PT Sílvio Pereira "não trouxe nada de concreto" que justifique uma investigação do órgão. Segundo ele, a CGU faz auditorias especiais quando há uma denúncia consistente, ou quando são detectados esquemas criminosos nas fiscalizações regulares, como foi o caso recente da Operação Sanguessuga, da Polícia Federal, feita a pedido da CGU em 2004.

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- Ele faz apenas afirmações genéricas, que dizem pouco mais que o óbvio: falar em empresas combinarem entre si nas licitações-o famoso 'combinemos'-é lamentável dizer, mas é algo absolutamente corrente no meio empresarial. Ouço falar nisso pelo menos desde que me entendo como gente. Dizer o contrário, fingir surpresa diante disso ou é ingenuidade ou é cinismo, aliás muito em moda nos dias de hoje entre esses novos arautos da moralidade. Eram os mesmos que sempre se beneficiaram de tudo isso a vida inteira - alfinetou o ministro.

Ele citou o caso dos Correios, onde foi feita uma varredura pela CGU a partir de denúncia veiculada pela imprensa envolvendo o ex-diretor de Contratação Maurício Marinho:

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- Nos Correios, sim, a denúncia era consistente e, por isso, entramos lá com mais de 30 auditores, selecionamos os 257 contratos mais importantes, num universo de 600 e constatamos inúmeras irregularidades, e os resultados concretos vieram logo: foram demitidos ou afastados mais de 20 pessoas, incluindo toda a diretoria, vários contratos com empresas foram rescindidos ou suspensos - disse Jorge Hage.

Outros exemplos citados por Hage foram a Previdência, no caso de contratos de locação de equipamentos de informática por preços exorbitantes, suspenso a tempo; o Ministério da Saúde, no caso da Operação Vampiros; o Ministério do Trabalho, nos casos da empresa Cobra e dos Fiscais da DRT/RJ; em Furnas, que está sendo auditada; e no DNIT.

- Mas é sempre em cima de coisas concretas. Agora, pretender que o órgão de controle seja pautado por qualquer denúncia vazia e absolutamente genérica, como essa do sr. Pereira, não é o nosso caminho - disse Hage.