O ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Valdir Simão, e o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, negaram ter havido um “represamento” das investigações sobre suposto pagamento de propina pela empresa holandesa SBM Offshore. Em reportagem publicada nesta terça-feira pelo jornal “Folha de São Paulo”, o ex-funcionário da SBM Jonathan David Taylor, delator do esquema de corrupção envolvendo a companhia, afirmou ter entregue documentos sobre o caso envolvendo a Petrobras entre agosto e outubro de 2014. O processo punitivo foi aberto pela CGU em 12 de novembro de 2014, depois da vitória da presidente Dilma Rousseff no segundo turno das eleições.

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Simão e Cardozo sustentaram que as investigações ocorreram normalmente já a partir de fevereiro de 2014, com os primeiros pedidos à Petrobras dos contratos mantidos com a empresa holandesa. Uma sindicância foi instaurada em abril e, após reunir provas, a CGU decidiu pela abertura de processo de responsabilização em novembro do mesmo ano.

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O processo ainda não foi concluído. A SBM manifestou formalmente o interesse em fazer acordo de leniência com o órgão vinculado à Presidência da República, em que colaboraria com as investigações em troca de um alívio em punições como a proibição de novos contratos com o poder público.

“A investigação envolveu uma análise de um volume enorme de documentos, e-mails, CDs, arquivos digitais de computador, análise de renda, registros de viagem e emissão de passaporte. O trabalho também envolveu contato com representantes da SBM e do Ministério Público da Holanda. Entre maio e julho de 2014, houve cooperação com autoridades holandesas. E uma comissão foi à Holanda em julho para tratar da sindicância”, disse Simão.

Segundo o ministro da CGU, Jonathan fez contato com o órgão somente em agosto. Em 3 de outubro, servidores foram a Londres para ouvi-lo. O material entregue por ele foi descartado diante das evidências de que se tratava de provas ilícitas, conforme o ministro. “A CGU repudia veementemente qualquer ilação sobre sua atuação e vinculação desse processo ao calendário eleitoral”, afirmou Simão.

O ministro da Justiça seguiu a mesma linha. “Gostaria de repelir com veemência qualquer insinuação de que tenha havido acobertamento da investigação. Temos trabalhado em conjunto nessa investigação, desde os primeiros fatos noticiados”, disse Cardozo, para quem uma sindicância só deve ser convertida em processo punitivo após a reunião de provas.