Computadores de pessoas supostamente envolvidas no superfaturamento de obras no Ministério dos Transportes foram recolhidos nesta quinta-feira, segundo o ministro da Controladoria Geral da União (CGU), Jorge Hage. "O trabalho (de recolhimento) entrou pela noite, os alvos eram cerca de sete ou oito pessoas envolvidas", disse Hage, que participou nesta quinta-feira da abertura de um seminário sobre acesso à informação, promovido pela CGU e pela Organização das Nações Unidas para a Educação (Unesco).
Na avaliação de Hage, a saída de Alfredo Nascimento do comando do Ministério dos Transportes não deve prejudicar o trabalho de investigação da CGU. "Não muda nada. No momento em que estava preparando o expediente (portaria sobre a auditoria nas licitações e contratos), apresentando a equipe ao ministro Nascimento, tomei conhecimento do seu pedido de demissão. Simplesmente modifiquei o destinatário do ofício, que agora é o ministro em exercício. Comuniquei-me com ele, disse que estava mandando a equipe, a equipe foi apresentada a ele, já entrou no ministério, no Dnit (Departamento Nacional de InfraEstrutura de Transportes), na Valec, recolheu os computadores das pessoas envolvidas, começou a coleta dos documentos", relatou Hage.
Segundo o ministro, a auditoria não servirá para constatar o eventual pagamento de propina nos Transportes, conforme apontado por denúncias - isso, ressaltou, cabe a uma investigação policial. "A CGU encaminha o resultado de suas auditorias regularmente para o TCU (Tribunal de Contas da União), que tem competência legal para aplicar penalidades administrativas que cabem aos órgãos de contas", observou o ministro.
A previsão, segundo a CGU, é que sejam recolhidos oito computadores para a análise de dados pelos auditores. Por determinação da presidente Dilma Rousseff, será feita uma auditoria completa nas licitações, contratos e execução de obras a cargo do Dnit e da Valec.
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