Único preso nesta quinta-feira (13) pela Operação Lava Jato, Alexandre Correa de Oliveira Romano se dedicava a um escritório de advocacia que montou em São Paulo após deixar a atividade política. Em 2001, ele foi eleito pelo PT para mandato de vereador em Americana, no interior de São Paulo, sua única passagem pelo Legislativo. Em 2013, se desfiliou do partido, conforme registrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Embora tenha deixado a sigla oficialmente, segundo interlocutores, as amizades com a cúpula petista se mantiveram e o escritório seria usado para atendê-la. A principal ligação é com o ex-ministro José Dirceu, também preso na Lava Jato.
Filho do ex-prefeito de Americana João Batista de Oliveira Romano, Alexandre Romano, conhecido como “Chambinho”, teve como único destaque na política o fato de ter sido, graças ao apoio do pai, o mais jovem eleito na história do município. No mandato, contudo, ele conseguiu maior proximidade com a cúpula petista.
Nos poucos posts na sua conta no Twitter, fala sobre o PT, o Corinthians, o gosto por estar entre “VIPs” e música POP. “oi, querida, quer ir no show da Shakira? tenho dois convitinhos vip pro cê! Será dia 17 de marco, em BSB”; escreveu o advogado ao convidar uma mulher para a balada. “Estou na festa do Emerson Fittipaldi no Sher do WTC, 40 anos da primeira vitória do Brasil no automobilismo, precisamos de campeões. Showwww. Top, minha gente!”, tuitou em outra ocasião.
As conquistas do PT também foram comentadas por ele na rede social. “Parabéns aos Brasileiros! Em 2002 elegeu um operário, agora uma mulher, viva a Democracia! Que Deus abençoe a Dima e mta prosperidad ao país”, comemorou, ao ver Dilma Rousseff eleita para o primeiro mandato. E ainda deu uma dica: “Dilma : ‘eu considero ’ Alguém precisa falar p ela parar de falar isso ”. Romano é um admirador do ex-ministro Paulo Bernardo, que ocupou os ministérios do Planejamento (governo Lula) e Comunicações (governo Dilma), além do atual ministro da Comunicação Social Edinho Silva. Vive retuitando mensagens dos dois.
O advogado é acusado pela Lava Jato de participar de esquema de desvio de dinheiro de empréstimo consignado do Ministério do Planejamento, que foi comandado por Paulo Bernardo e, agora, tem como titular Nelson Barbosa.
Romano também postou críticas ao PSDB e menções a Paulo Preto, apontado como operador de tucanos, entre eles José Serra (PSDB-SP). “1 semana p eleição, chega de denuncismo (Erenice e Paulo Preto), quero ver idéias e propostas, compromissos p melhoria do Brasil!”
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